Mato Grosso

Estado já gastou R$ 4,4 milhões com estudos sobre o VLT; futuro do modal será decidido em março

Grupo de Trabalho no Ministério do Desenvolvimento Regional dará diretrizes sobre futuro do VLT

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Estado já gastou R$ 4,4 milhões com estudos sobre o VLT; futuro do modal será decidido em março
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

O Governo do Estado já gastou até agora R$ 4,4 milhões com a contratação de estudos sobre o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

As obras do modal já estão paralisadas há 5 anos e a perspectiva é que o VLT tenha uma solução no próximo mês, quando encerra um grupo de trabalho criado especialmente para tratar sobre o assunto no Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), em Brasília.

O primeiro estudo sobre o VLT foi contratado em 2012 pela então Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), criada à época pelo ex-governador Silval Barbosa (sem partido) para cuidar especificamente das obras da Copa do Mundo de 2014.

Segundo informou a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), que hoje é responsável por obras inacabadas do mundial de futebol – como o VLT – aquele primeiro estudo serviu para atualizar o desenho da rede, que até então para BRT (Bus Rapid Transit).

Na av. da FEB, em Várzea Grande, trilhos inacabados do VLT já fazem parte do cenário há 5 anos. (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“Foi contratada, então, uma atualização do desenho de implantação de VLT, dimensionamento da oferta de trens e de ônibus, ajuste da rede de ônibus para VLT e um estudo econômico-financeiro”, informou a Sinfra por meio de assessoria de imprensa. O estudo custou R$ 147 mil.

O segundo estudo foi realizado em 2015/2016 e custou R$ 3,8 milhões, na gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB).

Para isso o Estado contratou a  consultoria KPMG, que fez um raio-x da obra, levantou questões como a situação da paralisação, custos, investimentos, o que faltava de medição, pendências do consórcio, pendências do Governo e desapropriação.

A KPMG também realizou uma modelagem econômico-financeira para o VLT e uma análise de modelo de gestão do modal. Para isso considerou 4 modalidades, sendo por administração direta, por Parceria Público Privada (PPP), por concessão ou PPP Patrocinada.

O terceiro e mais recente estudo contratado pelo governador Mauro Mendes (DEM), em 2019, sobre o VLT tem o custo de R$ 464 mil.

“É um estudo de tarifa e definição de subsídios por parte da Prefeitura de Várzea Grande, Prefeitura de Cuiabá e Governo do Estado, quanto vai custar para cada um, e um redimensionamento das linhas de ônibus”, informa a Sinfra.

Por quê um novo estudo?

Segundo a Sinfra, o novo levantamento foi necessário porque a demanda de passageiros do transporte público reduziu nos últimos anos.

O último estudo sobre origem-destino de passageiros é de 2005, e já está totalmente defasado. Uma das variáveis que influencia na redução da necessidade por transporte público é o aumento da frota de veículos – carros e motos.

Custo do VLT

Em 2012, o VLT foi orçado em R$ 1,477 bilhão. O montante equivale ao custo de implantação. Até dezembro de 2014, o Estado pagou ao Consórcio VLT o equivalente a R$ 1,066 bilhão. O valor foi contratado por meio de financiamento junto à Caixa Econômica Federal.

Hoje o Estado tem em conta R$ 193,4 milhões do empréstimo realizado em 2012. Mas nos últimos cinco anos já pagou mais de R$ 500 milhões à Caixa, em razão do financiamento.

Um dos entraves em torno do VLT é a judicialização. São quatro processos que tramitam na Justiça Federal.

Futuro do VLT

A definição sobre se o VLT realmente será concluído ou não só ocorrerá na primeira quinzena de março.

O prazo é quanto encerra o Grupo de Trabalho Mobilidade Cuiabá, que foi criado pela Portaria nº 1.674 de 11 de julho de 2019, com projeção para encerrar em 7 de março de 2020.

Governo do Estado já pagou mais de R$ 500 milhões do empréstimo feito junto à Caixa Econômica para implantar o VLT (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

O grupo funciona no Ministério de Desenvolvimento Regional, e conforme informou o próprio ministério por meio de assessoria de imprensa, tem objetivo de estudar e analisar alternativas de solução para a reestruturação do empreendimento.

Serão produzidos cinco relatórios técnicos, que vão tratar sobre serviços, equipamentos e obras entregues, alternativas técnicas ao empreendimento, gestão financeira da execução contratual e custos adicionais, além de perspectiva jurídica e de gestão de risco.

Desde a criação do grupo já foram realizadas seis reuniões ordinárias, além de reuniões específicas de ordem técnica.

O que já foi entregue até agora

O VLT já possui 40 trens comprados que estão conservados e mantidos pelo fabricante. Segundo a Sinfra, existe uma série de produtos e equipamentos armazenados como de sinalização, semaforização, posteamento para sustentação de catenária e cabos. Tudo isso está no Centro de Manutenção em Várzea Grande.

Já estão comprados 55 quilômetros de trilhos para a implantação do modal nos 22 km do traçado. A quantidade considera os trajetos de ida e volta entre Várzea Grande e Cuiabá.

Quarenta vagões do VLT estão guardados há 5 anos em um pátio em Várzea Grande. No local existem outros equipamentos e materiais para concluir a obra do modal. (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Também estão no Centro de Manutenção equipamentos para implantação de nove subestações das 12 previstas no projeto do VLT. Três já foram instaladas em Várzea Grande.

Das obras já concluídas para o VLT já está pronta a ampliação da ponte Júlio Muller, que liga Várzea Grande a Cuiabá; o viaduto do Aeroporto Marechal Rondon; a estação localizada em frente ao aeroporto;  viaduto da UFMT;  e o viaduto em frente a Sefaz, que está 100% executado.

Entre as obras parcialmente construídas está a passagem da Trigo de Loureiro – na av. Miguel Sutil entre os bairros Consil e Aráes; o canal da Prainha que está 50% executado; viaduto na saída para Santo Antônio do Leverger – que ainda falta pistas laterais; a trincheira Luiz Felipe – na av. Historiador Rubens de Mendonça – que está parcialmente executada;

 

 

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