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Esperantistas em MT levam adiante prática centenária

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Esperantistas em MT levam adiante prática centenária

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esperanto MT

Encontro de esperantistas em Mato Grosso 

Criado há aproximadamente 130 anos para ser uma ponte entre todas as línguas do mundo, o esperanto mantém em Mato Grosso um número considerável de praticantes que levam adiante o propósito inicial.

Concebido como um idioma neutro, ou seja, que não pertence a nenhuma nação, o idioma é reconhecido por servir à preservação das culturas locais – frente à hierarquia do inglês e demais línguas dominantes.

Por essa razão, a Unesco recomenda o seu ensino aos países membros. São 2 milhões de falantes pelo mundo, conforme a organização.

Tanto falado quanto escrito, o esperanto apresenta uma estrutura simples. Seu léxico provém principalmente das línguas da europa ocidental, enquanto sua sintaxe e morfologia mostram fortes influências eslavas.

Com boa prática, pode-se adquirir fluência no idioma em até 8 meses. A língua surgiu dos estudos do médico polonês Lázaro Luís Zamenhoff.

“Como diz o doutor Zamenhoff: a cada povo, a sua língua, a todos, o esperanto”, destacou o advogado Mathis Pedra, 35 anos, presidente da Associação Estadual Educativa e Artístico-Cultural Esperantista (EAKEA), principal entidade que representa os adeptos do idioma em Mato Grosso.

De acordo com Mathis, o número de praticantes no Estado é de aproximadamente 4 mil. Pelo interior, a língua centenária, aparentemente, tem se difundido mais.

Sorriso, além de sediar a associação, realizou, em 2016 e em junho deste ano, um congresso regional (Centro-Oeste) e nacional, respectivamente. Barra do Garças também organizou outro congresso nacional neste ano.

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aula esperanto

Estudantes concentrados na aula: com boa prática, em 8 meses pode-se adquirir fluência

E é de Rondonópolis um dos cursos gratuitos do idioma mais importantes da internet, o kurso.com.br, traduzido para 30 línguas. A caminho do município de ônibus é possível ainda perceber várias placas em esperanto na rodoviária.

Já na capital, no início deste ano, por iniciativa de Frederico José Andries Lopes, 44 anos, professor doutor de Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a instituição ofereceu, pela primeira vez, um curso de extensão para aprendizado do idioma.

“Surpreendentemente, houve mais de 60 inscritos, com propaganda de apenas uma semana. 20 chegaram ao final, com direito a certificado. Um dos alunos criou uma página no facebook; outro, um grupo no whatsapp. O sucesso do curso me faz pensar em oferecê-lo novamente, provavelmente no segundo semestre de 2018”, afirmou.

Vantagens

Além da possibilidade de conhecer pessoas e lugares pelo mundo – já que o intercâmbio cultural entre esperantistas é um costume bastante trivial – economizando com estadia e alimentação, por exemplo, o esperanto, garantem os seus praticantes, após ser assimilado, torna mais fácil o aprendizado de outros idiomas. 

“Quando adolescente, eu tinha dificuldades com línguas em geral. Foi apenas depois do Esperanto, que é muito fácil, que entendi como uma língua funciona. Isso abriu a minha cabeça para o aprendizado de línguas”, afirmou Frederico.

“Com isso, acabei aprendendo sozinho outras línguas, inclusive o latim, que foi essencial na minha pesquisa do meu doutorado. Hoje realizo pesquisas com tradução de textos antigos de matemática, escritos em latim e em cerca de meia dúzia de línguas modernas. Sempre me lembro que tudo começou com o esperanto, ao qual sou muito grato”, disse.

Outra vantagens, aponta o professor, podem ser encaradas como sendo mais sutis, mas não menos relevantes.

“Conheci muita gente que deve um pouco de seu sucesso ao Esperanto. Um amigo desempatou em um concurso pelo certificado de esperanto emitido pela Associação de Esperanto de Juiz de Fora. Um ex-reitor da UFJF, meu amigo, diz que sua carreira como linguista foi iniciada pelo esperanto. Um conhecido alemão se casou com uma coreana depois de terem se conhecido em um congresso internacional. Eles têm um filho que fala o esperanto nativamente, como primeira língua”.

O idioma tem raízes antigas no Brasil, onde chegou ainda no fim do século XIX. A Liga Brasileira de Esperanto, fundada em 1921, tem muito material sobre a língua, e mantém um serviço de venda de livros bastante ativo.

Quem quiser mais informações ou tiver interesse em cursos futuros (gratuitos e com certificado de pelo menos 48 horas), também pode entrar em contato com o professor Frederico, por meio do e mail: fredlopespro@gmail.com.

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