O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, participou do primeiro encontro do LIDE-MT, realizado nessa semana, em Cuiabá (MT).
Líder de uns dos principais setores econômicos do Estado, o pecuarista falou sobre os problemas que o setor enfrenta ao perder um prazo, por exemplo, em razão da morosidade causada pela burocracia em diversos seguimentos, em especial, na gestão pública.
Ele lembrou que a agropecuária depende desses prazos, mas que estes são determinados pelas estações do anos. “Quando perdemos um preço ou um prazo por causa da burocracia, já temos o prejuízo de um ano perdido”, explica.
Corral destacou que o Brasil tem muito a crescer e dispõe de recursos naturais, mas é preciso destravar alguns procedimentos para que o país deslanche.
“Nós não vamos chegar a lugar nenhum, vamos padecer embora a gente tenha muito o que crescer. Ou a gente elimina rapidamente a burocracia existente no Brasil ou nós seremos eternamente o gigante adormecido”, disse.
Para ele, um modelo interessante de gestão que o Brasil poderia adotar é o modelo americano em que a Constituição do país é uma só, com poucos artigos e emendas. “No Brasil estamos na sétima Constituição, só a última com 105 emendas. Não dá”, disse.
O homem que pensou o Brasil
Para encerrar seu posicionamento, ao lado do Governador Mauro Mendes, e demais presidentes das federações, Corral utilizou como exemplo uma frase famosa de um célebre mato-grossense: Roberto Campos.
O ex-ministro e ex-senador ficou conhecido pelas ideias liberais e por décadas lutar contra a burocracia no Brasil. Segundo ele, “a capacidade do Estado de fazer o bem tem limite, mas de fazer o mal é infinita”, disse Corral ao citar Campos.
Hoje na presidência do Branco Central do Brasil está o neto do mato-grossense, Roberto Campos Neto. Na última terça-feira (18), o herdeiro participou do almoço na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), momento em que utilizou para defender a autonomia da autarquia.
A questão deverá entrar em votação após o Carnaval e deve contar com o apoio dos ruralistas. Conforme Neto, a autonomia do Banco tende a reduzir a instabilidade econômica e manter juros baixos. “Países com instituição autônoma têm 50% mais chances de manter inflação baixa”, disse o neto do mato-grossense.
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