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Disputando vaga na UFMT? Pró-reitora responde 9 perguntas sobre o processo de matrícula

A polêmica sobre o Sisu e as mudanças no processo da UFMT não precisam mais tirar seu sono

7 minutos de leitura
Disputando vaga na UFMT? Pró-reitora responde 9 perguntas sobre o processo de matrícula
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

O período de matrícula e inscrições na lista de espera por vagas em universidades públicas do Brasil teve início nessa quarta-feira (29), depois de muito impasse envolvendo a divulgação do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Nesse caminho, algumas dúvidas surgiram, tanto para quem já foi aprovado quanto para aqueles que ainda aguardam as próximas convocatórias.

Pelo calendário, os estudantes que optarem pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) têm até o dia 4 de fevereiro para se matricular.

E quem não obteve nota suficiente para entrar no ensino superior na primeira chamada tem até a mesma data para manifestar interesse em aguardar em alguma lista de espera.

Vale lembrar que a UFMT mudou, neste ano, o procedimento de matrícula dos novos alunos.

Diante de um cenário um tanto conturbado, o LIVRE reuniu alguns questionamentos levantados por estudantes e conversou com a pró-reitora de Ensino de Graduação da UFMT, a professora Lisiane Pereira de Jesus.

1. Quem não foi aprovado para nenhum curso pode se inscrever para lista de espera das duas opções que o Sisu disponibiliza?

Não. O estudante vai ter que optar por esperar pela vaga de apenas uma das duas opções de curso.

Até 2018, o aluno podia ficar na lista de espera das duas opções. A partir do ano passado, o MEC [Ministério da Educação] mudou o edital e, agora, o aluno só pode ficar na lista de espera de uma.

Pelo Sisu, o aluno pode escolher até dois cursos universitários, um prioritário e outro, no caso de não ser aprovado no primeiro (Foto: FreePik)

2. E quem for aprovado na segunda opção de curso, pode se matricular nela e ainda ficar na lista de espera da primeira opção?

Não. Se ele optar por se matricular na segunda opção, automaticamente, a primeira opção está descartada. A partir do Sisu do ano passado começou a ser assim.

O MEC justifica que, quando o aluno fazia a matrícula e ficava na lista de espera de outro curso, gerava transtorno para a universidade, que ficava segurando aquela vaga.

Se ele fosse chamado na lista de espera da primeira opção, teria que desfazer a matrícula feita na segunda.

3. A lista de espera é criada automaticamente ou depende da escolha do candidato? Como funciona a inscrição?

Não é automática. O candidato deve manifestar interesse no site do Sisu, dentro do cronograma. Este ano, o prazo é entre os dias 29 de janeiro e 4 de fevereiro.

Para isso, o aluno deve acessar o boletim do Sisu, com a inscrição e a senha do Enem, e escolher em qual curso quer ficar na lista de espera.

4. Como saber se fui chamado pela lista de espera?

A universidade vai colocar a lista das chamadas. Vai disponibilizando as vagas e chamando os que estão na lista.

A publicação fica no site da universidade e o aluno tem que estar atento. Se você perder o prazo da pré-matrícula, que também é online para a lista de espera, automaticamente, você perde a vaga e o próximo vai ser chamado.

O cronograma é indefinido, porque vai dependendo das vagas que sobram nos cursos.

Pró-reitora de Ensino e Graduação da UFMT, professora Lisiane Pereira de Jesus (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

5. Quando roda a lista de espera, as vagas de ações afirmativas, as cotas, continuam reservadas?

Sim. Se a vaga do estudante desistente era para as cotas, o estudante a ser chamado é o que está na lista de espera da modalidade de cota específica.

Ampla concorrência entra na vaga de ampla concorrência e cotista entra na vaga de cotas. E o critério é também o de notas.

6. Há um limite de chamadas ou as listas de espera rodam durante o ano inteiro?

Já houve época em que a UFMT fazia até oito chamadas para preencher a quantidade de vagas que iam sobrando. Só que, desde o ano passado [2019], a universidade tem feito um outro processo seletivo no meio do ano, para preencher as vagas que sobraram.

É um edital interno da UFMT, mas que utiliza a nota do Enem.

A gente faz até três chamadas. Ai sobram as vagas… Por exemplo, ano passado, sobraram mais de 500 vagas em toda a UFMT. Então, pegamos as 500 vagas e lançamos um edital no meio do ano.

A diferença do Sisu para o edital, foi que admitimos que se inscrevessem os alunos que fizeram até as três últimas edições do Enem. E ele poderia optar pela maior nota dos três anos.

7. A UFMT adota pesos diferentes para as notas do Enem?

Não. Todas as disciplinas têm o mesmo peso. Mas temos uma intenção de curto-médio prazo para fazer essa experiência em alguns cursos, alterando os pesos e vendo como vai funcionar.

Questionamos os cursos que têm interesse e vamos selecionar um grupo primeiro para fazer um teste.

Quem não conseguiu nota neste início de ano, ainda tem uma chance de entrar na UFMT, no processo seletivo do fim do semestre (Foto: Freepik)

8. O que mudou na matrícula da UFMT do último Enem para este ano?

Antes nós marcávamos uma data no cronograma e o estudante tinha que se deslocar até Cuiabá e apresentar a documentação. Às vezes, acontecia do aluno esquecer alguma coisa e ter que voltar e buscar o documento dentro daquele prazo.

Nessas etapas, a gente aproveitava para o trabalho das comissões de verificação dos alunos que ingressam por cotas.

A partir desse ano, a pré-matrícula é online e a documentação do aluno também vai ser inserida no sistema. Ele não precisa vir para Cuiabá mostrar os documentos.

Apenas continuam presenciais as comissões. Então, quem se inscreveu por ampla concorrência, tem apenas a pré-matrícula online.

No cronograma, a pré-matrícula se encerra no dia 4 de fevereiro. Nos dias 10 e 11 será feita a aferição com a comissão de heteroidentificação [para cotas].

A terceira etapa é a homologação da matrícula, com a apresentação da documentação de forma presencial, na Coordenação de Registro Escolar da UFMT. Essa etapa já é feita entre os dias 3 e 17 de abril, quando iniciam as aulas de 2020.

9. O que é a Comissão de heteroidentificação? Como ela funciona?

A comissão foi criada em 2017, mas estivemos melhorando a atuação ao longo do tempo. Fomos incluindo os coletivos, conversamos com o Ministério Público e esclarecemos o sistema de verificação da UFMT.

Antigamente, os estudantes faziam a autodeclaração [de cor] e bastava. Depois, adotamos uma comissão para verificar essa autodeclaração e fomos constatando incongruências.

Sentimos a necessidade de capacitar mais técnicos e melhorar as ferramentas.

A verificação tem várias etapas. Tem uma acolhida dos candidatos, quando eles assistem um vídeo sobre o sistema de cotas, para levarmos conhecimento e informações a essas pessoas.

Depois, ele se apresenta para a banca, mas não é feita entrevista. Ele assina uma autodeclaração, como já fazia antes, mas as características dele vão ser observadas pelos membros da banca. E é feito um registro fotográfico, para, caso haja recurso, ter aquela etapa toda documentada.

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