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Dinheiro recebido por Emanuel era para pagar pesquisas feitas pelo irmão, diz servidor

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Dinheiro recebido por Emanuel era para pagar pesquisas feitas pelo irmão, diz servidor

Ednilson Aguiar/O Livre

Emanuel Pinheiro

Prefeito Emanuel Pinheiro: linha de defesa está baseada no argumento de que dinheiro seria para pagar o irmão

O dinheiro recebido pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), no vídeo que faz parte do acordo de delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), seria para pagar parte de uma dívida contraída pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio César Corrêa de Araújo, com o irmão de Emanuel, Marco Polo de Freitas Pinheiro, conhecido como “Popó”.

A afirmação é de um servidor da Assembleia Legislativa, está registrada em cartório e foi juntada pela defesa do prefeito no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele.

De acordo com o advogado de Emanuel, André Stumpf, foi o próprio servidor, Valdecir Cardoso de Almeida, quem procurou o prefeito com o interesse de auxiliá-lo no processo, dando seu depoimento.

“Na declaração, ele fala que foi ele quem instalou a câmera no gabinete do Silvio. Diz também que o Silvio deixava o celular com ele, para que ele atendesse. Dá a entender que eram bem próximos, uma pessoa da confiança do Silvio”, diz Stumpf.

A câmera citada pelo advogado foi a usada pelo ex-chefe de gabinete de Silval para registrar o pagamento de um suposto “mensalinho” a deputados estaduais. Em troca do dinheiro, eles apoiariam projetos de interesse da gestão do peemedebista na Assembleia Legislativa.

O advogado de Emanuel afirma, no entanto, que a declaração de Valdecir Cardoso deixa claro que o hoje prefeito não foi até o Palácio Paiaguás para receber propina. O dinheiro entregue a ele por Silvio seria para pagar pesquisas de campanha que Popó teria feito para Silval Barbosa.

“O Popó fez mais de 340 pesquisas para o Silval. Elas eram contratadas pelo Silvio que, inclusive, não pagou parte delas até hoje. Existe uma cobrança judicial”.

Questionado se Emanuel usou de sua influência como deputado estadual, na época, para cobrar o então governador, o advogado diz que Emanuel sequer sabia que receberia o pagamento naquela ocasião.

“Nos vídeos, as outras pessoas que foram lá para receber dinheiro levaram malas, bolsas. Foram preparadas para isso. O Emanuel não”, completa, numa referência ao fato de o prefeito ter guardado o dinheiro no bolso do paletó que vestia na ocasião.

Stumpf sustenta ainda que Emanuel estava licenciado do cargo de deputado estadual na época da gravação, o que não justificaria o recebimento de mensalinho para apoiar o governo. Documentos que comprovam esta versão também foram anexados ao processo, de acordo com o advogado.

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