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Desembargador determina investigação contra secretário de Segurança por obstrução da Justiça

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Desembargador determina investigação contra secretário de Segurança por obstrução da Justiça

Ednilson Aguiar/O Livre

secretário Rogers Jarbas

O desembargador Orlando Perri determinou que seja aberto um inquérito para apurar a conduta do secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Ele será investigado por suspeita de tentativa de obstrução da Justiça em duas situações na apuração do caso dos grampos telefônicos ilegais.

A investigação ficará a cargo da delegada Ana Cristina Feldner, uma das responsáveis pela investigação dos fatos sob coordenação do Tribunal de Justiça.

Como secretário, Rogers pediu ao delegado Flávio Stringueta que enviasse ao ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques uma cópia do inquérito sigiloso que apura escutas ilegais durante a campanha de 2016, em Lucas do Rio Verde. O inquérito apura se Paulo Taques teve participação nos grampos. 

“E o curioso, para não se dizer inusitado, é que o Secretário de Segurança Pública, simplesmente, ‘proferiu decisão’ no pedido feito, determinando o fornecimento de cópias, mesmo sabendo que os fatos eram sigilosos”, escreveu Perri na decisão que determinou a prisão de Paulo Taques – ele foi solto uma semana depois por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Stringueta já afirmou que se negou a fornecer as cópias, mas disse que o secretário teria feito mesmo assim. “Sim, liberou. Determinou que eu entregasse as cópias de todas as investigações. Mas eu me neguei porque estava em sigilo determinado pelo Dr. Orlando Perri’, escreveu o delegado em seu perfil no Facebook no último dia 05. Ele se afastou das investigações por problemas de saúde.

Rogers também será investigado por ter interrogado a delegada Alana Cardoso sem qualquer apuração da Justiça. Alana foi responsável por investigações na Operação Forti, na qual foi identificado que interceptações ilegais teriam sido feitas a pedido de Paulo Taques. A publicitária Tatiana Sangalli, ex-amante dele, e Caroline Mariano dos Santos, sua ex-secretária, tiveram telefones interceptados.

O ex-chefe da Casa Civil teria pedido que as duas fossem investigadas por, supostamente, estarem tramando junto ao ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro contra a vida do governador Pedro Taques (PSDB). A operação investigava crimes ligados ao Comando Vermelho (CV) e ao Primeiro Comando da Capital (PCC), com os quais nenhuma das duas tinha ligação.

Por meio de nota, o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, afirma que aguarda a convocação para prestar os esclarecimentos que forem necessários. O secretário ainda informa que está à disposição do Judiciário e de quem eventualmente esteja promovendo qualquer tipo de investigação sobre o tema. “Rogers ainda ressalta que o compromisso dele é com a verdade”, diz a nota.

Em nota divulgada anteriormente, o governo do Estado negou que Rogers tenha determinado a liberação do inquérito. “O Secretário Rogers Jarbas apenas remeteu o requerimento para manifestação do delegado responsável pela investigação, que negou o pedido em virtude do inquérito estar sob sigilo, informação esta que não era de conhecimento do Secretário”, informou o Gabinete de Comunicação.

O Gcom também informou que não houve irregularidade no depoimento da delegada Alana Cardoso na sede da Secretaria de Segurança Pública. “O Secretário Rogers Jarbas tomou seu depoimento espontâneo após provocação da juíza de Direito Selma Arruda, dando notícia de suposta realização de interceptação telefônica ilegal na sede da própria Secretaria. Detectados indícios de crime no referido depoimento, o secretario o encaminhou no mesmo dia para apuração por autoridade policial competente”.

 

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