Cuiabá

Demissão na gravidez, desconhecimento de VI: veja declarações da ex-funcionária da vereadora Edna Sampaio

Ex-chefe de gabinete Laura Natasha de Abreu foi a primeira ouvida pela Comissão de Ética, ontem (22), sobre uso de verba indenizatória

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Demissão na gravidez, desconhecimento de VI: veja declarações da ex-funcionária da vereadora Edna Sampaio

A ex-chefe de gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), Laura Natasha de Abreu, foi ouvida ontem (22) pela Comissão de Ética e Decoro da Câmara de Cuiabá, na investigação aos indícios de desvio de finalidade da verba de indenizatória (VI) no gabinete parlamentar.

Laura é uma das principais personagens para esclarecer as dúvidas sobre o uso dinheiro no gabinete de Edna Sampaio. A Câmara dos Vereados paga a quantia de R$ 5 mil por mês a todos os chefes gabinetes.

O valor cai na conta bancária titular dos chefes. Porém, Laura Natasha de Abreu disse na oitiva que só soube como o dinheiro deve ser usado após ter sido demitida do cargo.

Vejas os principais pontos do depoimento:

Tempo de serviço: Laura Natasha de Abreu disse que trabalhou no gabinete da vereadora Edna Sampaio por 5 meses, entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. Segundo ela, o primeiro de trabalho foi informal, pois o tempo de contratação estipulado pela Câmara havia estourado. “Eu não tinha conhecimento nenhum de trabalho em gabinete e a Edna sabia disso. Eu saí da cozinha de uma escola para o gabinete”.

Instrução de serviços: Laura Natasha disse que foi orientada no trabalho por Alice Gabriela Campos de Almeida, contratada que exercia o cargo de chefe de gabinete antes dela. A antecessora quem teria passado as coordenadas de serviços da função, inclusive que o dinheiro da verba indenizatória (VI) deveria ser repassado para a conta bancária da vereadora Edna Sampaio.

Relatórios mensais, sem VI: A ex-funcionária disse que fazia relatórios mensais dos gastos e dos serviços do gabinete. Contudo, esses relatórios não incluiriam notas ou despesas com verba indenizatória. “Eu não tinha acesso a conta bancária ou a dinheiro, às vezes eu tinha acesso a um cartão de crédito. Mas, assim, eu falava para a vereadora que estava faltando caneta, por exemplo, eu pegava o cartão e ia comprar ou ela [vereadora] passava para outro funcionário. Era o mesmo cartão que a gente usava para colocar passagem no cartão de transporte dos funcionários”, disse.

Despesas não cobertas: Laura Natasha disse que recebia 70% do salário de R$ 7 mil, por causa de vínculo trabalhista com uma secretaria de Cuiabá. Esse seria o único dinheiro pelo cargo. Ela disse que não recebia auxílio-alimentação pago aos demais funcionários e nem cobertura de passagem de transporte público. “Eu soube que os funcionários da Câmara têm auxílio-alimentação de R$ 300, eu liguei no RH e me disseram que eu não recebia por causa da verba indenizatória. Mas, eu não ficava com essa verba, nem tinha auxílio para transporte. A Edna disse que era por causa do salário alto”, afirmou.

Instrução padronização: Laura Natasha disse que Alice Gabriela quem teria repassado a ela a instrução de que o dinheiro da VI deveria ser transferido para uma conta da vereadora Edna Sampaio. Junto com essa informação teria sido dito que William Sampaio, marido da vereadora, era o responsável por administrar o dinheiro. William Sampaio não fazia parte do gabinete da esposa. Essa transação já estaria padronizada quando ela entrou no cargo. “Nem a Edna nem qualquer outra pessoa me disse que eu poderia ficar com a VI para cobrir as despesas do gabinete, como chefe do gabinete. Me falaram que o dinheiro teria que ser repassado a Edna, e todo mês o marido dela me cobrava. Só soube do direito da VI depois que saí do gabinete”, disse.

Demissão por prejuízo: A ex-chefe de gabinete disse que foi demitida pela vereadora Edna Sampaio durante os meses de sintomas mais fortes de sua gravidez. Segundo ela, a vereadora disse que as intermitências no trabalho da então chefe de gabinete, por causa de enjoos e náuseas, prejudicaria o seu mandato. “Ela não fez nenhuma proposta. Eu disse que tinha mulher que trabalhava até o fim da gestação, mesmo com as licenças por causa de enjoos e náuseas. Mas, a Edna disse que não poderia ficar comigo porque ela precisava de alguém constante. Se eu permanecesse no cargo, eu prejudicaria o seu mandato”, disse.

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