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Delegado Flávio Stringueta
O delegado Flávio Stringueta afirmou que o secretário de Estado de Segurança (Sesp) Rogers Jarbas entregou uma cópia do inquérito sigiloso sobre grampos ilegais ao ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques – ele foi preso na última sexta-feira (04) por suspeita de ser o mandante dos crimes.
Em seu perfil do Facebook, Stringueta compartilhou uma matéria sobre a decisão do desembargador Orlando Perri, na qual ele afirma que Rogers determinou a entrega da cópia a Paulo Taques.
“Sim, liberou. Determinou que eu entregasse as cópias de todas as investigações. Mas eu me neguei porque estava em sigilo determinado pelo Dr. Orlando Perri’, escreveu o delegado.
Ele era responsável por parte das investigações dos grampos até 15 de julho, quando pediu afastamento alegando problemas graves de saúde.
Na decisão que determinou a prisão de Paulo Taques, o desembargador relatou uma tentativa do ex-secretário para obter informações sobre um caso de grampos realizados em Lucas do Rio Verde durante as eleições municipais de 2016.
“E o curioso, para não se dizer inusitado, é que o Secretário de Segurança Pública, simplesmente, ‘proferiu decisão’ no pedido feito, determinando o fornecimento de cópias, mesmo sabendo que os fatos eram sigilosos”, escreveu Perri.
O magistrado transcreveu o despacho de Jarbas determinando ao delegado Flavio Stringueta, então responsável pelas investigações, que fornecesse cópias do processo.
Perri destacou a influência de Paulo no governo, mesmo depois de deixar o cargo, em 11 de maio. “Mesmo após ‘sair’ do governo, ao invés de buscar acesso aos autos do inquérito policial sigiloso, como todo e qualquer cidadão comum, ou seja, por meio de petição dirigida ou ao delegado que preside o inquérito, ou ao Poder Judiciário, vem se valendo de sua influência com outras autoridades para obter benefícios indevidos”, escreveu na decisão.
O magistrado viu na atitude do ex-secretário a tentativa de ter acesso a procedimentos sigilosos e, ao mesmo tempo, mandar um recado ao delegado de que tinha acesso irrestrito ao superior dele, o secretário de Segurança Pública.
Em nota, o governo do Estado afirmou que Rogers não determinou que o ex-secretário tivesse acesso ao procedimento administrativo e que ele teria apenas pedido a manifestação de Stringueta, pois não tinha informação de que o processo seguia em segredo de Justiça.