Na atual cultura contemporânea, somos bombardeados com a ideia de que é preciso ganhar em tudo. Ser o mais inteligente, tirar as melhores notas, conseguir o melhor emprego, ter uma família de comercial de Doriana, ser feliz 100% do tempo.

É imperativo ser um vencedor, o primeiro da linha de chegada. Caso contrário, a vitória não conta.

Pois eu ando pensando que devemos ensinar uma lição importante para nossos filhos: a de que é preciso saber perder também.

Como assim?

Calma.

Não quero dizer para não se esforçar ao máximo nas provas, estudar numa boa universidade, buscar um emprego promissor, respeitar os amigos e a família, tentar dar o melhor de si num jogo ou na vida em geral. Sim, devemos continuar buscando atingir nosso potencial máximo.

Mas, se apesar de todo o esforço, dedicação e empenho, você não atingir o topo, o crème de la crème, tudo bem também.

Precisamos aprender a perder.

Entender que o considerado melhor, super, hiper, talvez não seja o ideal para nós nem para nossos filhos.

É um exercício difícil para mim.

Mais ainda depois de ter vivido num país onde ganhar é tudo e perder é o fim. Um lugar que separa seus habitantes entre ganhadores e perdedores (os famosos losers).

Porque saber ganhar é fácil. Quase nem precisa ser ensinado. Mas ter capacidade para lidar com as derrotas, isso sim merece ser disciplina escolar. Não falo só de perdas profissionais. Falo de amores perdidos, decepções, uma doença inesperada ou até a morte.

Porque se nossos filhos não lidam bem com as frustrações e eventuais tropeços, dificilmente conseguirão ter capacidade para aguentar o sofrimento, respirar fundo e superar o baque. Dificilmente conseguirão se sentir fortes o suficiente para voltar ao jogo da vida. Prontos para outra rodada.

Porque ninguém só ganha. Nem só perde. Há uma época para tudo. E ter sabedoria para lidar com os polos opostos talvez seja o grande segredo de viver bem.

Então, vamos falar mais sobre perdas?

Assinatura Debora Nunes

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