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“De vento em popa”: veja o que mudou no mercado imobiliário com a pandemia

Imóveis comerciais, residenciais e até especulação seguem crescimento exponencial em MT, garante especialista

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“De vento em popa”: veja o que mudou no mercado imobiliário com a pandemia
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

No centro de Cuiabá, muitos espaços comerciais estão desativados. Mas, será que isso é um efeito da pandemia? O que o futuro reserva para organização imobiliária da cidade? Será que investir em imóveis ainda é vantagem?

Essas são algumas perguntas que rondam a cabeça de quem atua no setor e, por esse motivo, o LIVRE procurou um especialista para sanar as questões relativas ao mercado, bem como as perspectivas de futuro desse nicho.

O vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Claudemir Contreira, explica que é preciso olhar para a cidade como um todo e ver as mudanças, que ainda não se acomodaram.

Com relação aos imóveis com destinação comercial, ele lembra que, ao mesmo tempo em que houve um esvaziamento dos centros, houve o povoamento dos grandes bairros, como a transformação de imóveis residenciais em comerciais.

Venda e construção de casas de alto padrão estão em franco crescimento (Foto: Suellen Pessetto/ O Livre)

Ele cita como exemplo o bairro Jardim das Américas, região dos Florais e Jardim Universitário. Lá, a diversidade de segmentos teve um crescimento exponencial. O que antes era palco de pequenos mercadinhos e distribuidoras, passou a receber serviços em geral e até mesmo escritórios de profissionais liberais como médicos, dentistas e advogados.

Com a pandemia, acelerou-se a mudança de comportamento das pessoas em relação ao tempo. Eles querem tudo perto, a menos de 200 metros de casa e que não tenha o transtorno do trânsito.

Mas, a mudança acabou por aí?

Segundo Contreira, não. Ele acredita que ainda haverá mudanças relativas ao compartilhamento de espaços por meio da formação de galerias comerciais, de pequeno e grande porte.

Isso já pode ser visto em muitos locais. As pessoas estão adequando imóveis comerciais para essa divisão. Algumas delas são segmentadas, como as focadas em saúde ou entretenimento. Já outras, abrigam atividades distintas.

Então estamos falando do coworking?

O sistema muito difundido nas grandes capitais é o de coworking, no qual as pessoas dividem os espaços comuns em grandes salas, espaços para reunião e até mesmo o suporte como de secretaria. Mas ele não pegou em Cuiabá, argumenta o Claudemir Contreira.

Ele acredita que isso é porque a cidade ainda não é uma grande metrópole. Então, quem pode fazer o home office ou teletrabalho, prefere adaptar a própria casa e consegue se deslocar pela cidade.

Sistema de compartilhamento coworking não teve sucesso na capital mato-grossense

Um cenário diferente de São Paulo, por exemplo, onde estar em um ponto estratégico é fundamental por conta das distâncias.

Na análise do especialista, uma situação de compartilhamento de espaço que pode dar certo em Cuiabá são os relativos ao setor de alimentação. Com o aumento da oferta delivery, muitos empresários estão abrindo o negócio focados apenas neste canal de vendas.

Ele lembra que em algumas cidades, os empreendedores que trabalham com alimentação estão conseguindo atuar de forma harmoniosa em cozinhas e espaços únicos e, logo, isso será uma realidade na capital mato-grossense.

Ainda compensa investir em imóveis?

O mercado nunca esteve tão aquecido, explica Contreira. Ele explica que muitas pessoas estão inseguras em deixar o dinheiro no banco e preferem investir em algo mais palpável. Paralelo a isso, as pessoas que puderam migrar para o teletrabalho também estão em busca de lugares mais amplos, confortáveis e com estrutura de lazer.

“Não dá mais para trabalhar, cuidar das crianças e ainda atender as necessidades familiares em um espaço apertado. A pandemia nos obrigou a isso”, afirma.

Assim, os imóveis maiores e de alto padrão passaram a ser as vedetes, junto como os terrenos mais afastados da cidade, as conhecidas chácaras de recreio. Muitas construtoras estão ofertando estes empreendimentos de forma regularizada, como 1,5 mil metros quadrados e com estrutura urbana.

Quanto mais recurso, mas expressivo é o valor. Existem terrenos custando mais de R$ 200 mil.

Contreira lembra ainda os apartamentos mais populares, que também estão sendo muito procurados por famílias recém formadas e sem filhos, pessoas solteiras e, até mesmo, por aqueles com menos condições financeiras, porém que conseguem financiamento suficiente para sair do aluguel.

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