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De fígado novo, Júlio Campos cogita ser candidato em 2018

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De fígado novo, Júlio Campos cogita ser candidato em 2018

Ednilson Aguiar/O Livre

Júlio Campos

Júlio Campos: “Estou me sentindo revigorado e posso voltar a disputar um mandato no ano que vem”

Já tendo sido prefeito de Várzea Grande, deputado federal, governador de Mato Grosso e senador, o agrônomo Júlio José de Campos, 70, ainda parece estar longe de abandonar a política – sobretudo depois de receber um fígado novo por meio de um transplante realizado neste ano. Demonstrando estar totalmente recuperado, Júlio não descarta colocar seu nome nas urnas mais uma vez e já na eleição do próximo ano.

“Depois de regenerar a minha saúde, estou me sentindo revigorado e posso realmente, se assim entender o meu partido e também os meus amigos e a população de Mato Grosso, até voltar a disputar um mandato no ano que vem, em qualquer nível, Legislativo ou Executivo”, pontuou, em entrevista ao programa O LIVRE exibido na última terça-feira (11).

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Ele, que tinha o fígado já bastante comprometido em razão de uma cirrose hepática, admitiu que só decidiu fazer a cirurgia após receber o ultimato. “Ou fazia ou então já poderia começar a preparar o testamento”, contou.

Vindo de uma família de políticos, Júlio – filho de Júlio Domingos de Campos, o seo Fiote, que foi prefeito de Várzea Grande por duas vezes – diz que desde pequeno já se interessava pela atividade do pai e dos tios, considerando sua entrada na vida pública como natural. Atualmente filiado ao DEM, ele, que se elegeu prefeito com 26 anos, porém, rejeita o rótulo de que a família forme uma espécie de “oligarquia Campos”.

“Nós viemos do voto popular. Não viemos de nenhum regime ditatorial, embora fomos filiados a partidos que apoiaram determinadas correntes. Por exemplo, minha origem é o PSD, que foi um partido criado por Getúlio Vargas”, explicou. “A nossa família gosta de política, mas as novas gerações já não têm esse interesse todo”, disse.

Irmão de Jaime Campos, que também já foi prefeito de Várzea Grande, governador e senador por Mato Grosso – e que tem a esposa Lucimar Campos ainda como chefe do executivo várzea-grandense –, Júlio admitiu que a falta de sucessores naturais tem preocupado a família.

“Temos um patrimônio político muito grande, muito trabalho feito por Mato Grosso. Mas os nossos filhos não querem participar da política, como a maioria dos jovens de hoje”.

“Temos um patrimônio político muito grande. Mas os nossos filhos não querem participar
da política, como a maioria
dos jovens de hoje”

Ele disse que, nas eleições de 2014, o filho Júlio Neto disputou a eleição para deputado estadual contrariado.

“Eu lancei ele, mas ele, rebelde, não quis obedecer o meu sistema de campanha e ficou como primeiro suplente do Democratas e quarto da nossa coligação. É pouco provável que tenha a oportunidade de exercer o mandato”, observou.

O veterano, que já perdeu duas eleições (uma em 1998 para governador e outra em 2008 para prefeito) também admitiu que, como grande parte dos candidatos, já chegou a fazer algumas loucuras tomado pela ilusão de que venceria uma disputa eleitoral, mesmo com todos os prognósticos apontando o contrário.

“Sempre fui de acreditar na minha vitória, piamente. Essa ilusão todo candidato tem”, declarou. “Em 1998, cheguei ao cúmulo de contratar a dupla Leandro e Leonardo para fazer 16 shows em Mato Grosso me acompanhando. Tinha avião especial para levar os cantores, que são soberbos, não andam de avião comum. Tinha também camarim, com equipe de maquiagem e tudo mais. Já imaginou? Depois tive que vender uma fazenda para pagar as dívidas”, relatou, às gargalhadas.

Taques e Temer

“Em 1998, cheguei ao cúmulo de contratar a dupla Leandro e Leonardo para fazer 16 shows me acompanhando [na campanha]. Tive que
vender uma fazenda
para pagar as dívidas”

A respeito da situação política regional, Júlio disse acreditar na reeleição do governador Pedro Taques (PSDB), muito em razão, segundo ele, “da falta de adversários de peso”.

“Os que poderiam realmente fazer frente, o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, e meu irmão Jaime, são do grupo dele”.

Sobre o cenário nacional, o ex-governador classificou o momento como gravíssimo e que não vê uma saída a curto prazo, “pois não há nenhuma liderança expressiva neste momento para assumir o governo com credibilidade para resolver os problemas”.

Em uma eventual saída do presidente Michel Temer (PMDB) – que encontra-se sob denúncias de corrupção e baixíssimo apoio popular –, Júlio diz ser contrário à proposta de eleições diretas para a escolha do sucessor.

“Diretas Já é piléria. Temos a Constituição que tem que ser respeitada. No caso da vacância [do presidente], deve assumir o presidente da Câmara, ou do Senado, ou do STF e, em 90 dias, ocorrer uma nova eleição pelo Congresso. Inventar moda não pode”.

Veja a entrevista de Júlio Campos completa

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