O ex-procurador da República Deltan Dallagnol disse que o ministro Flávio Dino deve ter um perfil combinado dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, se for aprovado para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Dallagnol, Dino deve mesclar as características “políticas” e “autoritárias” dos dois ministros referidos à característica própria de perfil política “comunista”.
“Se a gente for olhar as pessoas comunistas ao redor do mundo, foram responsáveis pelo extermínio de milhões e milhões de pessoas. Nós vimos perseguição a pessoas durante o governo [no Maranhão] de Flávio Dino, incluindo com processo de fake news (informações falsas), inquérito contra juízes da Lava Jato, se sequer indicar o crime praticado. É uma série de desmando que não coaduna com ministro do Supremo”, afirmou.
Dallagnol, ex-chefe da Operação Lava Jato, esteve em Cuiabá esta semana para um evento de filiação do Partido Novo. O ato foi acompanhado pelo pedido para que as pessoas participem de um abaixo-assinado contra a nomeação de Flávio Dino ao STF.
Ele lembrou as polêmicas no histórico de gestão de Dino, como governador do Maranhão e ministro da Justiça. O primeiro caso seria a compra de inalados com preço 150% acima do mercado, durante a pandemia, e a suposta visita da dama tráfico ao Ministério da Justiça, em Brasília.
Dallagnol disse que a preferência de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes é fator pessoal, mas criticou a suposta articulação com senadores, responsáveis pela sabatina, pelo voto a favor de Dino.
“Infelizmente, a gente vê um Supremo Tribunal Federal excessivamente político no Brasil. Os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes querem o Dino no Supremo, mas, até aí, são preferências pessoais. O que não pode acontecer é ministros com cunho político, fazendo articulação política para indicações”, afirmou.
O abaixo-assinado online já registrou mais de 400 mil assinaturas das 600 mil planejadas para barrar a indicação de Flávio Dino. O Partido Novo calcula alcançar a meta até 10, quando deve acontecer uma manifestação contra a sabatina do ministro.
