A Prefeitura de Cuiabá recebeu ao menos R$ 130 milhões a mais que o valor das dívidas trabalhistas com INSS e FGTS para o combate à pandemia do novo coronavírus.
Uma tabela divulgada em março de 2021 pela Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) apontava que Cuiabá tinha recebido na época R$ 294,8 milhões exclusivos para serviços em saúde.
A quantia entrou na conta da prefeitura principalmente por ajuda do Ministério da Saúde e o envio de emendas parlamentares de políticos de Mato Grosso no Congresso.
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Somente do governo federal entrou cerca de R$ 160 milhões, entre março de 2020 e maio de 2021. A prefeitura recebeu também ajuda em doação de materiais e equipamentos considerados necessários na época, como EPI, máscara e álcool em gel.
A relação entre a pandemia e as dívidas trabalhistas de R$ 165 milhões da prefeitura e da Empresa Cuiabana de Saúde (ECSP) foi criada pelo próprio prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Ele diz no projeto de lei enviado para a Câmara de Cuiabá para o parcelamento dos R$ 165 milhões que a situação fiscal do município piorou por causa dos gastos não esperados na saúde para tratar pacientes da covid-19.
Na hipótese de uso de dinheiro para outras ações, somente a quantia no caixa temporário da pandemia superaria em R$ 130 milhões as dívidas trabalhistas.
Outro dado que aponta para o sentido contrário ao da prefeitura, são as datas em que mensalidades de INSS e FGTS começaram a ser retidas. Informação recebida pelo Livre diz que o grosso dos repasses à União começou a falhar em 2019, mas há casos que retrocedem a 2017.