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Coronéis mudam data de posse de novo comandante

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Coronéis mudam data de posse de novo comandante

Ednilson Aguiar/O Livre

Cel. Jorge Luís

Coronel Jorge Luiz deixou o comando em meio às prisões de policiais por envolvimento com grampos

O Conselho de Coronéis da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso se reuniu na manhã desta segunda-feira (26) e divulgou que a posse do novo comandante-geral da Polícia Militar deverá ser realizada na quinta-feira (29). A nota expõe um possível incômodo da corporação com a troca no comando. “Foi deliberado que a Passagem de Comando ocorrerá na quinta feira às 19h, diferente daquilo que havia sido divulgado sem consulta prévia à PMMT, no pátio do Quartel do Comando Geral”, escreveram os coronéis.

Ainda na sexta-feira, o governador Pedro Taques (PSDB) anunciou a troca no comando da PM e o governo divulgou a posse para esta segunda-feira. Na manhã de hoje, o Gabinete de Comunicação (Gcom) divulgou a agenda de Taques com o evento para quarta-feira (28). Contudo, segundo o próprio Gcom a posse deve ser realizada na data definida pelo Conselho de Coronéis, quinta-feira.

O coronel Marcos Vieira da Cunha vai suceder o coronel Jorge Luiz de Magalhães, que foi demitido na última sexta-feira (23) em meio ao vazamento de pedidos de prisão de militares na investigação que apura a prática de grampos ilegais. O secretário-chefe da Casa Civil, Evandro Ferraz Lesco, e o secretário-adjunto da pasta, coronel Ronelson Barros, foram presos preventivamente por decisão do desembargador Orlando Perri. Outros quatro militares – incluindo dois que teriam vazado a operação – também foram presos

O corregedor-geral da PM, coronel Alexandre Mendes, e o diretor de inteligência da corporação, coronel Victor Fortes, foram detidos administrativamente por vazamento de informações sobre as outras quatro prisões. O próprio governador comunicou o Tribunal de Justiça sobre os vazamentos.

Lesco, Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, Comandante do 4º Batalhão, em Várzea Grande, e o cabo Euclides Torezan, cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual, foram presos por suposto envolvimento com os casos apelidados de “barriga de aluguel”. Em uma investigação de tráfico de drogas realizada em Cáceres foram incluídas interceptações telefônicas de pessoas que não tinham qualquer relação com os crimes.

Anteriormente, o ex-comandante geral da PM Zaqueu Barbosa e o cabo Gérson Luiz Golveia Júnior também já haviam sido presos por envolvimento no caso.

Na denúncia feita em 2015 pelos promotores Mauro Zaque Jesus e Fábio Galindo, que à época respondiam pela pasta de Segurança Pública do governo do Estado, consta uma nota fiscal de pouco mais de R$ 20 mil pela compra equipamentos que podem ser utilizados para escutas telefônicas. A nota está em nome do coronel Evandro Lesco e o endereço de entrega é o mesmo do Comando Geral da PM, no Centro Político Administrativo.

O caso veio à tona em 11 de maio, quando uma equipe do Fantástico esteve em Cuiabá realizando entrevistas. No mesmo dia, o então secretário-chefe da Casa Civil foi exonerado do cargo – o telefone de uma suposta ex-amante dele consta entre os grampeados. Números da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), do ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), do desembargador aposentado José Ferreira Leite, do jornalista José Marcondes “Muvuca”, do advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, de médicos e de outros profissionais também aparecem na lista.

Um telefone que pertencia a uma policial da inteligência do Gaeco também teria sido interceptado ilegalmente: à época, o MP investigava as operações Metástase, Chacal, Seven e Rêmora.

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