Taques despreza tentativa de Valtenir levar PSB para oposição

O governador Pedro Taques (PSDB) demonstrou desprezo com a nomeação do deputado federal Valtenir Pereira como presidente do PSB. Em discurso durante encontro da direção destituída com prefeitos e vereadores aliados, Taques dividiu o partido em dois lados e exaltou o grupo que não aceita o retorno do ex-presidente, que ensaia levar a sigla para a oposição.

“Mais importante que o PSB é esse grupo estar junto. Isso é mais importante que partido político”, sentenciou o governador. “Se a nova direção desejar ir para a oposição, vou até citar Roberta Miranda: Vá com Deus”, declarou.

Valtenir desembarcou no PSB há cerca de duas semanas, sob a bênção da direção nacional, depois de quatro anos fora da sigla. Ele havia se desfiliado em 2013 em meio a brigas com o grupo liderado pelo então prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes. Valtenir substituiu o deputado federal Fábio Garcia, que foi destituído depois de desobedecer à orientação partidária de votar contra a reforma trabalhista.

Não é só festa
Taques repetiu, por diversas vezes, que confia nas pessoas reunidas no local, numa sala do Hotel Delmond, nesta segunda-feira (26). “Independente de partido político, do nome da sigla, das letrinhas, aqui existe um grupo político. Neste grupo que está aqui eu confio. Vocês têm sido leais comigo, companheiros, não só na hora da festa, mas da dificuldade também”, disse.

O governador afirmou a importância do PSB para o governo e prometeu que não vai substituir os secretários Max Russi (Trabalho e Assistência Social) nem Suelme Evangelista (Agricultura Familiar), ainda que eles decidam sair do partido.

Dormindo de botina
Taques não poupou críticas a Valtenir. Ele afirmou que o deputado atrapalhava a aliança desde as eleições de 2010, quando se elegeu senador pela mesma coligação em que Mauro Mendes (PSB) disputou o governo estadual, sem sucesso.

“Em 2010, montamos um grupo político e quem jogava contra era Valtenir”, afirmou Taques. “Dormíamos de botina, como um olho aberto e outro fechado. Era traição todo dia, toda noite”, reclamou.

No encontro, a antiga cúpula do partido definiu que não vai aceitar orientações para fazer oposição. Eles decidiram, ainda, permanecer no partido e lutar para retomar o comando, exigindo eleições para o diretório estadual e também com processos na Justiça Eleitoral.