A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) se posicionou por meio de nota emitida nesta quarta-feira (27), contrária à carta enviada pelo Ministério da Educação (MEC). No documento, o ministério pedia a leitura da carta que continha o slogan do Governo Bolsonaro, além da execução do hino nacional e a gravação do ato.
A Seduc disse que ainda não foi comunicada oficialmente sobre o documento, mas que não permitirá a gravação de vídeos com alunos em ambiente escolar. Além disso, a secretaria defendeu pactos pela melhoria da qualidade do ensino e não os que contém referências político-partidárias.
Para a secretaria, a medida deveria ser primeiramente discutida com a comunidade escolar, em respeito aos princípios democráticos e a autonomia das escolas e que o hino nacional deve ser cantado de forma espontânea e não imposta.
Após a polêmica, o MEC informou nesta terça-feira (26) que uma nova mensagem deve ser emitida, dessa vez sem o slogan da campanha presidencial. Mantendo ainda o discurso de gravar a execução do hino nacional, o ministério esclareceu que a filmagem só aconteceria mediante autorização legal da pessoa filmada.
Confira na íntegra a nota da Seduc:
Em relação à carta enviada pelo Ministério da Educação às escolas de todo o país, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso informa que não foi comunicada oficialmente.
No entanto, posiciona-se contrária a tal ação e informa que as escolas da rede estadual não vão adotar esse procedimento, por acreditar que ao invés de fazer pactos político-partidários, é importante que se faça pactos pela melhoria da qualidade do ensino e do aprendizado.
A Seduc acredita que tal ação deveria ser discutida com a comunidade escolar antes de ser adotada, pois a forma com que está sendo imposta vai contra os princípios da democracia e desrespeita a autonomia das escolas.
Em Mato Grosso, as escolas já trabalham, dentro do projeto político pedagógico, questões relacionadas à ética, cidadania e ao civismo, que inclui cantar o hino nacional como uma prática da rotina escolar, principalmente no início do ano letivo, durante a acolhida aos alunos, mas isso é feito de forma espontânea e sem imposição alguma.
A Seduc deixa claro que não permitirá a gravação de vídeos com alunos no ambiente escolar, tampouco a leitura de cartas que pregam ideologia político-partidárias.