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Comercialização atrasada faz preço da soja cair em MT

Segundo dados do Imea, a safra 22/23 está com o menor percentual de comercialização dos últimos 5 anos

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Comercialização atrasada faz preço da soja cair em MT
(Foto: Secom-MT)

O preço da soja despencou em Mato Grosso de uma forma que não era esperada pelos produtores rurais. Em alguns casos, a saca vem sendo comercializada até R$ 20 abaixo do valor esperado no momento da venda. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra 22/23 está com o menor percentual de comercialização dos últimos 5 anos.

Em março deste ano, foram comercializados apenas 52,26% contra 62,19% da safra passada. A negociação atrasada, vale ressaltar, impacta diretamente no valor do produto, devido a grande demanda de mercado. Soma-se a isso, a previsão de que este ano seja registrada a maior produção dessa commoditie no país. Em razão disso tudo, já há registro de produtores antecipando vendas para tentar minimizar prejuízos.

Esse cenário adverso, no entanto, tem colocado em evidência a necessidade de que os agricultores trabalhem com ferramentas específicas que fazem a proteção do preço. Segundo Rafael Grings, consultor de hedge agrícola, um desses recursos é a compra do chamado “put”, que atua justamente como um seguro de baixa dos preços em vigor.

“Isso garante um preço mínimo e, caso a cotação da commoditie caia, o produtor rural estará protegido daquele contexto nebuloso de perdas e prejuízos que, por muitas vezes, são grandes. Por outro lado, o que representa uma vantagem ainda maior, é que caso o preço da commoditie suba, ele irá vender melhor a soja que está guardada no armazém”, pontua Grings.

Rafael pontua ainda outros fatores que impactaram diretamente no mercado e que devem servir de ponto de partida para que os produtores se antecipem a possíveis prejuízos financeiros. O primeiro deles é a cotação da Bolsa de Chicago, que apresentou uma queda. O segundo ponto é a cotação do dólar em baixa, que está deixando a soja brasileira cara e, assim, tirando o interesse do importador.

Por fim, mas não menos importante, é o chamado “prêmio” que se paga no porto e que atualmente está negativo. Esse recurso geralmente é pago para estimular a venda, mas agora não está cumprindo o efeito que deveria. “O produtor rural sabe que trabalha com essa margem de riscos. Então, é importante lançar mão de tudo que estiver disponível para se resguardar”.

Cenário negativo

Por outro lado, o custo do frete também teve um pico e, somado a todos os demais fatores de forma simultânea, impactaram no atraso e nos valores de comercialização. Conforme explica Rafael Grings, o hedge agrícola demonstrou eficiência na proteção do preço da soja diante da volatilidade do mercado.

Como as oscilações do preço podem gerar prejuízo para a atividade rural, cabe ao produtor elaborar políticas de comercialização para fazer a gestão dos riscos de preços. “Nós temos como trabalhar de forma a reduzir esses impactos que independem de nós. Para isso, basta procurar ajuda especializada”, reforça Grings.

(Com Assessoria)

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