Aplicativos de mensagens instantâneas vêm sendo utilizados como ferramenta de trabalho na atuação da Polícia Militar em Cuiabá. Moradores, comerciantes e até a comunidade escolar de alguns bairros da capital já contam com grupos setorizados no WhatsApp. Na plataforma, membros dos grupos fazem denúncias, chamados de socorro e até auxiliam na prevenção de crime em cada um desses locais.
É o caso da Morada do Ouro, que conta com o projeto “Vizinho Camarada”. Assim nomeado, o grupo de WhatsApp reúne um representante de cada residência/comércio/escola, cinco telefones funcionais da polícia, além dos números particulares dos policiais que moram na região e do comandante da companhia, Thiago Pereira.
A dinâmica é simples. “Quando alguém percebe uma ação criminosa ou suspeita, a pessoa lança a informação no grupo e um integrante da polícia, que fica na companhia, ao receber o chamado, repassa via rádio para uma viatura local”, explica Pereira. O ideal, segundo o militar, é o envio direto da localização.
“Com isso, nós percebemos uma celeridade bem maior no atendimento de ocorrências, como apreensão de armas de fogo e prisão de infratores da lei, porque não passa pelo filtro do Ciosp. Com a ligação via 190, por exemplo, chega a demorar cerca de 15 minutos até que a informação chegue à viatura”, explica o comandante.
Isso certamente faz com que as vagas nos grupos sejam altamente disputadas.
Para garantir a efetividade, os participantes dos grupos seguem um conjunto de regras. “Não pode ficar mandando bom dia, espalhando correntes e propagandas. E quem porventura não respeitar essas regras, é removido do grupo para dar lugar a pessoas que estão na lista de espera”.
Projeto Sentinela
A maioria dos grupos, que comportam até 256 membros, tem um número considerável de gente à espera. Assim, diferentes formatos vêm sendo experimentados, como o projeto “Sentinela”, do Bosque da Saúde, grupo que reúne porteiros de condomínios e edifícios da região.
Em Cuiabá, a Polícia Militar já conta com grupos nas regiões dos bairros CPA e Centro América e Recanto dos Pássaros e Santa Cruz. A corporação de Chapada dos Guimarães também vem caminha para a implantação do projeto. O desafio é chegar às regiões periféricas, já que a iniciativa ainda está restrita aos bairros mais nobres.
Experiência comunitária e cidadã
“Quando percebem estranhos passando na rua e observando as residências, logo iniciamos patrulhamento naquele local para evitar crimes futuros”, conta o comandante Thiago Pereira.
Assim, como reforça o militar, a ferramenta não só torna o atendimento mais ágil, como facilita ações de prevenção, ampliando, assim, o vínculo entre comunidade e corporação. Uma das regras e pré-requisitos para fazer parte dos grupos é a participação em reuniões presenciais e mensais do projeto.
Conforme o militar, esses encontros se tornam espaços de troca entre das demandas da polícia e população. Não só o policiamento, mas assuntos que refletem na segurança pública, como a iluminação e pavimentação das ruas, que estão muito escuras são pautas das reuniões.
“Orientamos a população sobre a quem devem recorrer. Quem deve ser cobrado. Alguns locais são de difícil acesso para as viaturas. Compartilhamos de métodos que facilitam a atuação da polícia, como a importância de placas para facilitar a localização do endereço e sobre casos de terrenos abandonados que facilitam esconderijos para os criminosos. A ideia é criar uma rede de vigilância dos próprios moradores no bairro e na rua onde moram”, finaliza.
Para mais informações consulte a Base da PM mais próxima da sua casa.