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CGU: “Ainda há muitas dúvidas em relação ao VLT”

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CGU: “Ainda há muitas dúvidas em relação ao VLT”

Reprodução/O Livre

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 Karina Jacob, superintendente da CGU em Mato Grosso, aponta falta da Matriz de Risco

Três anos antes do primeiro jogo da Copa do Mundo em Cuiabá, uma nota técnica assinada pela Controladoria Geral da União (CGU) indicava uma trajetória turbulenta para a mais cara obra do pacote previsto como o legado do evento.

À ocasião, o órgão apontou uma série de inconsistências técnicas que teriam grande impacto sobre o andamento da implantação do modal, principalmente se considerada a proximidade do mundial. “(…) constata-se que o cronograma já se encontraria inviabilizado com vistas ao evento da Copa”, dizia o documento, encaminhado em setembro de 2011 ao Ministério das Cidades.

Em 2013, dois novos alertas foram expedidos pela controladoria: havia falhas graves na conduta dos gestores da obra e o andamento das obras seguia à risca os prognósticos mais pessimistas. “A opção pelo VLT foi uma decisão de governo, de gestão, e não está a cargo da CGU. O que cabia à CGU, e foi o que fez, era avaliar os riscos e informar ao gestor”, disse a superintendente da CGU em Mato Grosso, Karina Jacob Moraes.

“O plano do BRT estava muito maduro. Quando resolveram mudar, foi feita uma nova análise e se verificou que faltavam muitos documentos, existia muita incerteza sobre essa mudança”

BRT x VLT
Em entrevista gravada no estúdio do LIVRE, ela relatou que o planejamento da obra se mostrou falho desde o início, principalmente em relação à previsão de riscos e definição de responsabilidades.

“O plano do BRT estava muito maduro. Quando resolveram mudar, foi feita uma nova análise e se verificou que faltavam muitos documentos, muitas informações, existia muita incerteza sobre essa mudança. E a Copa estava muito próxima”, relembrou.

Faltava a chamada Matriz de Risco, um relatório detalhado das etapas da obra. “Quando você tem um empreendimento desse porte, é preciso estabelecer durante todo o processo as responsabilidades de cada um. Primeiro, precisa prever quais os riscos que podem acontecer ao longo do caminho. Depois estabelecer de quem é a responsabilidade por cada risco”, disse.

Novo parecer, velhos problemas
Neste ano, com a possibilidade de acordo entre governo e o Consórcio VLT para a retomada da obra, a CGU foi acionada pelo Ministério Público Federal para novamente dar seu paracer a respeito da viabilidade da empreitada. E encontrou novas e antigas inconsistências.

“Nós ponderamos que ainda faltam muitas informações, faltam dados, ainda restam incertezas para que se possa dizer: estou seguro de que se possa concluir em 24 meses”, afirmou a superintendente.

Segundo ela, a decisão de retomar a obra é política e atende a uma necessidade da população, mas não pode ser conduzida sem “estudos adequados e aprofundados”. “A gente não pode cometer um erro em nome de outro”.

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