O secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, disse que não há “garantias” de evolução do contágio do novo coronavírus para o grau mais grave no estado. O comportamento do vírus em outros estados não chancela medidas e análise para quadros epidemiológicos iguais em regiões diferentes, segundo ele.
Gilberto afirma que as ocorrências de óbito e novos casos continuam dentro da estimativa da equipe de saúde que acompanha o histórico da doença em Mato Grosso. E a classificação, também de momento, é de “evolução branda”.
“Não existe garantia absoluta de que nós chegaremos a esse nível, assim como não existe garantia absoluta que nós vamos continuar numa curva ascendente branda. As características do vírus se comportam de forma de diferentes nas diversas localidades. É uma dificuldade de análise, que tem que ser feita diariamente”, comentou ele, durante live na manhã desta sexta-feira (24).
“Lockdown”
A grau mais grave da doença tem sido marcado por bloqueios completos de cidades e país à circulação de pessoas e à entrada de estrangeiros em seu território (lockdown).
Por exemplo, o que aconteceu no período mais grave do contágio na Itália e no Reino Unido. Segundo o secretário, a projeção desse cenário para Mato Grosso está hoje baseado no “achismo”.
A dúvida sobre eventual agravamento do quadro do vírus em Mato Grosso surgiu após confirmação de duas mortes pela covid-19 em um mesmo dia, coincidindo com a flexibilização das medidas de isolamento social pelo governo.
As notificações também coincidiram com a primeira vítima fatal do sexo feminino e na faixa etária de 23 anos, características diferentes dos outros sete óbitos, que ocorreram entre pessoas com idade acima dos 45 anos e com histórico de alguma doença crônica.
Lidar com o conhecido
O secretário Gilberto Figueiredo acrescentou que as medidas que o governo está adotando são a partir de coletas diárias do comportamento vírus em Mato Grosso.
Esses dados são as únicas balizas para orientar ações tanto de restrição quanto de flexibilização num cenário epidemiológico que não possibilita ações 100% seguras.
“Não há decisão segura neste momento, portanto, é preciso pensar diariamente e tomar as decisões estratégias à luz dos números e dos fatos que estão acontecendo”, disse.
O momento insólito, disse o secretário, deixa o Estado atento para adotar “medidas mais rígidas, se o contágio evoluir para a complicação ao setor de assistência” ou manter a flexibilização gradual das atividades.