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Nathalia Bester, 16 anos, pouco antes de iniciar o tratamento no Hospital do Câncer; ela sonha em cursar medicina
Ela tinha acabado de completar 16 anos quando um caroço apareceu no pescoço. Nas primeiras consultas, o diagnóstico era de uma “íngua” devido à dor que sentia na garganta. Mas, mesmo tomando a medicação prescrita, o caroço permanecia. Cursando o 3º ano do ensino médio e focada no vestibular para Medicina, Nathalia Marchi Bester achou melhor investigar aquilo que tirava a concentração dela nos estudos.
“Eu não tinha outro sintoma, era apenas esse caroço. Até que, no final de maio, veio o resultado da biópsia”, contou ao LIVRE. Era um linfoma de Hodgkin, que acomete os gânglios linfáticos. A previsão de tratamento: pelo menos meio ano. “Já se passaram três meses”, comentou.
Ao lado da mãe, a estudante segue confiante na cura. “Estamos vencendo essa luta”, afirmou a mãe, Claudete.
A jovem vem de Rondônia todos os meses para ser tratada no Hospital de Câncer de Mato Grosso (HC-MT). Assim como Nathalia, há milhares de pessoas que também são atendidas pela instituição. Por ano, são mais de cem mil, 30% são crianças.
Ednilson Aguiar/O Livre
Nathalia ao lado da mãe, Claudete: “estamos vencendo essa luta”, diz mãe
A unidade possui 18 leitos para a pediatria, mas falta uma UTI para atendimento exclusivo de crianças e adolescentes. “É um tratamento longo e que, em muitos casos, uma UTI é vital”, explica a doutora Suely Araújo, coordenadora da pediatra de HC-MT.
A obra, com dez leitos, já está em andamento ao custo de R$ 1,7 milhão. “Cada leito sai em média por R$ 170 mil. É um dinheiro que nós não temos”, explicou.
Para arrecadar os recursos, uma campanha foi criada com o apoio de projetos como o Agro Solidário, proposto pelas associações de produtores de soja e algodão – Aprosoja e Ampa. Com o nome “Quem planta o bem, colhe o bem”, as entidades estão arrecadando recursos juntos aos produtores rurais.
Ednilson Aguiar/O Livre
Campanha quer arrecadar R$ 1,5 milhão para equipar 10 leitos de UTI
Até o momento foram arrecadados R$ 307,4 mil. “As doações não precisam ser apenas de produtores rurais. Abrimos para toda a sociedade por meio do Kickante, uma espécie de vaquinha online”, destaca a gerente administrativa da Aprosoja, Tuka Martins. A campanha segue até 15 de setembro.
O hospital funciona com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), emendas parlamentares, leilões e apoio de parceiros. “Mas nunca é suficiente, atendemos pessoas de todo o país. Qualquer ajuda é bem-vinda”, declarou Suely.
As doações podem ser feitas pelo telefone (65) 3644-4215 ou clicando aqui.