Ednilson Aguiar/O Livre
A Câmara de Cuiabá deve analisar nesta terça-feira (17) um projeto de lei que flexibiliza o tráfego de veículos nas faixas exclusivas de ônibus da capital. De acordo com a proposta, ficaram autorizados a usar as faixas veículos que fazem o transporte de passageiros, como táxis, além de ambulâncias e motociclistas.
A ideia é do vereador Adevair Cabral (PSDB). Segundo ele, a proposta visa reduzir engarrafamentos e, em especial, acidentes de trânsito envolvendo motoqueiros. O tucano argumenta que o maior fluxo de veículos nas duas faixas livres das principais avenidas da capital tem aumentado o risco para quem pilota motos.
O projeto, no entanto, tem sido alvo de intensos debates no Legislativo. Desde que entrou em pauta, dois pedidos de vista já adiaram a votação. O primeiro deles foi do vereador Mizael Galvão (PSB) e o segundo do vereador Abílio Júnior (PSC).
Os parlamentares se dividem entre os apoiam a iniciativa e os que acreditam que outros veículos – que não constam no projeto – também devem ser autorizados a trafegar nas faixas. A aqueles ainda que cobram a exclusão de alguns tipos de carros dessa futura lei.
Mizael, que permaneceu com o projeto em seu gabinete para uma melhor avaliação durante uma semana, afirma ainda não ter chegado a uma conclusão. Segundo ele, não está claro, por exemplo, se os táxis poderão trafegar na faixa apenas quando estiverem com passageiros ou se também quando estiverem livres.
O parlamentar adianta ainda que vai sugerir a possibilidade de que ônibus particulares – e não apenas os das empresas que fazem o transporte coletivo – serem incluídos no projeto. “Já as ambulâncias eu não sei bem, porque elas têm prioridade em tudo. As motos eu ainda preciso entender qual foi a ideia do Adevair sobre elas”, disse.
Abílio Júnior, todavia, acredita que o projeto pode acabar com o propósito para o qual as faixas de ônibus foram criadas. Para o vereador, nenhum outro veículo deve ser autorizado a trafegar pelas linhas destinadas ao transporte coletivo.
Monitoramento
As faixas exclusivas para os ônibus foram implantadas no final de 2016. Em março deste ano, os motoristas que invadem o espaço reservado aos coletivos deveriam ter começado a receber as multas: R$ 293, além de 7 pontos na carteira.
O prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), no entanto, vem adiando o envio das multas sob o argumento de que ainda não houve uma campanha suficientemente abrangente para informar todos os motoristas sobre a proibição.
Enquanto isso, a prefeitura paga todos os meses R$ 812,5 mil a um consórcio de empresas responsável pelas 32 câmeras que fazem o monitoramento do transito em Cuiabá. Só de janeiro a maio, os equipamentos já registraram mais de 7 mil infrações, mas nenhuma delas resultou em penalidade aos condutores.
