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Bares e restaurantes: 25% dos proprietários têm receio do negócio não sobreviver em 2022

A principal causa de tamanho receio é a inflação que cresce mais a cada dia

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Bares e restaurantes: 25% dos proprietários têm receio do negócio não sobreviver em 2022
Restaurante Varadero (Foto: Trip Advisor)

No Brasil, 25% dos proprietários de bares, restaurantes e outros estabelecimentos do ramo da alimentação se mostram receosos do negócio não sobreviver em 2022. A principal causa de tamanha preocupação é a inflação, que cresce mais a cada dia.

O apontamento foi apresentado em pesquisa publicada pela Associação Nacional dos Restaurantes (ANR). O levantamento entrevistou 817 empresários de todo país e 83% deles indicaram que a inflação é o maior desafio a ser vencido.

A presidente da Seccional Mato-grossense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Lorenna Bezerra, comenta que a situação no Estado condiz sim com os apontamentos da pesquisa.

“É uma montanha-russa muito complicada. Estivemos na pior por conta da pandemia da covid-19, agora seguimos em outro desafio com a alta dos preços dos produtos. Tivemos muitos fechamentos e ainda vai ficar muita gente pelo caminho”, avalia.

Lorenna comenta que durante os primeiros dois anos de pandemia, os estabelecimentos que trabalham com a venda de hambúrguer e pizza venderam bastante. Enquanto que outros estabelecimentos, como os bares e restaurantes, estavam com o funcionamento proibido. Esses ficaram, portanto, com um grande prejuízo, com o qual amargam ainda hoje, afinal, a margem de lucro está pequena.

“80% são pequenas empresas com gestão familiar, o faturamento mensal é de até R$ 50 mil. Temos muito receio porque o cenário tende a ficar pior com o tempo seco, que trará uma escassez de produtos e os preços subirão ainda mais”, analisa.

Sem repasse ao consumidor

A inflação é sentida pelo empresário, que absorve grande parte do impacto sem repassar o percentual necessário ao consumidor. Na pesquisa da ANR, 56% concordaram que não têm mais espaço para aumentar preços do menu, e caso aumentem irão perder clientes.

Meyre Lima trabalha com bolos há quatro anos, em Várzea Grande, e conta que chegou a repassar parte dos aumentos de sua matéria-prima aos clientes. Porém, não é possível transferir tudo e isso faz com que os lucros fiquem ainda menores.

Essa situação levou a empresária a demitir um dos funcionários e o estabelecimento agora conta com o atendimento por parte de familiares de Meyre.

“Tudo que uso subiu: o ovo, trigo, óleo. Antes eu pagava R$ 2,99 em um litro de óleo, agora varia entre R$ 9 e R$ 10. É um aumento de 200%, no mínimo, não dá para repassar ao consumidor”, reitera.

(Foto: Acervo pessoal)

Vagas abertas e pouco interesse

Para o proprietário de dois restaurantes em Cuiabá, Eliseu Freitas, o problema está na contratação de funcionários. Com vagas abertas para contratar cozinheiro, auxiliar de cozinha e barman, há um mês tenta preencher o quadro de funcionários.

“Os candidatos optam por não aceitar porque é preciso trabalhar à noite, aos domingos”, diz o empresário. “Antes a dificuldade era de encontrar profissionais qualificados, agora, não conseguimos nem para darmos os treinamentos”, comenta.

Conforme o levantamento da ANR, 72% dos bares e restaurantes do país estão com algum tipo de dificuldade na contratação de funcionários.

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