A bancada mato-grossense no Congresso Nacional deve se reunir nesta terça-feira (1º) para debater a votação da admissibilidade da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB). A previsão é que seja apreciado na quarta-feira (2) o pedido de afastamento do peemedebista para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa investigá-lo.
De acordo com o coordenador da bancada, o deputado federal Vitório Galli (PSC), o encontro deve servir apenas para que os parlamentares “troquem uma ideia”, já que os deputados devem seguir orientação partidária ou suas próprias convicções.
A previsão de Fábio Garcia (PSB), no entanto, é que não haverá quórum o suficiente para apreciação. Na avaliação do socialista, a bancada de oposição vai esvaziar o plenário para adiar a votação, uma vez que são minoria.
Ságuas Moraes (PT) rebate, sustentando que o interesse da oposição é que a denúncia seja votada o quanto antes. O petista, todavia, não demonstra otimismo quanto ao resultado da sessão plenária.
“Não temos o número necessário de votos. Precisamos de 342. Mas temos esperança de que mais parlamentares apoiem essa causa. Quando saímos para o recesso já estava difícil. Nesse período houve muita negociação de votos. Vamos ver o que acontece daqui até quarta”, diz.
Membro da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), que emitiu parecer contra a admissibilidade da denúncia, Fábio Garcia nega que o pagamento de emendas parlamentares por parte do governo tenha sido uma espécie de compra de votos.
Em entrevista à Rádio Capital na manhã desta segunda-feira (31), o socialista pontuou que as emendas são impositivas e que o governo precisa empenhá-las, independente do posicionamento do deputado em questão.
Garic antecipou ainda que será contra o afastamento do presidente. “Há menos de um ano a gente afastou um presidente. É um processo muito traumático para um país. Coloca o país em instabilidade política e econômica. Precisamos ter responsabilidade”, defendeu.