Associação de procuradores do Estado repudia atraso nos salários

A Associação dos Procuradores do Estado de Mato Grosso (Apromat) emitiu uma nota de repúdio ao governo do Estado devido ao não pagamento dos salários de 22% dos servidores públicos estaduais. A categoria estaria na lista das que não receberam o pagamento, que deveria ter sido feito nesta terça-feira (10).

De acordo com a Casa Civil do governo Pedro Taques (PSDB), foram pagos os salários dos servidores que atuam nas maiores secretarias, a exemplo da Saúde, Educação e Segurança Pública. O argumento é que faltou recurso em caixa para quitar toda a folha de pagamento.

Na nota, a Apromat critica a medida, destacando o princípio de isonomia entre os servidores públicos. Afirma ainda que a justificativa do governo para o fato “é improcedente”, tendo em vista que “A economia de Mato Grosso registrou crescimento de 11% no primeiro trimestre de 2017, em relação a 2016” e que “recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso foi impulsionada por conta do agronegócio, que cresceu 36%”.

“Isto é, não se pode classificar quem é mais ou menos importante; ou definir quem recebe somente porque ganha mais ou menos. Todos são iguais”, diz trecho da nota. “Sabemos também que quem segura a economia do país é o agronegócio de Mato Grosso e como agora justificam a falta de pagamento dos subsídios na crise?”, completa o texto.

Em entrevista na tarde de ontem, o secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi, afirmou que o governo trabalharia para pagar o restante dos salários nesta quarta-feira (11), mas que não poderia dar garantias de que isso seria feito.

“O desejo nosso e objetivo nosso é concluir amanhã, mas não podemos afirmar 100% porque a gente depende da vinda de alguns recursos”, ponderou na oportunidade.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Fazenda, o valor líquido da folha de pagamento deste mês é R$ 461 milhões, sendo R$ 300 milhões referente aos servidores ativos e R$ 161 milhões para os aposentados e pensionista.