Principal

As amizades da Copa do Mundo em Cuiabá

7 minutos de leitura
As amizades da Copa do Mundo em Cuiabá

Arquivo pessoal

Amizades Copa do Mundo

Brasileiros, chilenos e australianos fizeram festa em Cuiabá durante a Copa do Mundo

Enquanto as obras de mobilidade, os centros de treinamento e outros dos chamados “legados da Copa do Mundo” ficaram pelo caminho, as relações entre pessoas encontraram no evento o terreno perfeito para serem construídas. Da mesma maneira que romances foram inspirados, três anos depois, algumas amizades também frutificaram e deixaram memórias afetivas para aqueles que viveram o mundial na capital mato-grossense.

O tailandês Piya Homchaikaew, de 39 anos, funcionário público em Bangkok, passou a falar português com fluência depois de ter vivido por um ano, em 1995, na capital mato-grossense. Dezoito anos depois de partir, ele voltou para Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014 e se reencontrou na cidade que considera seu segundo lar.

“Minha vida foi maravilhosa em Cuiabá”, contou. “Fiz bons amigos, principalmente na escola, que me ajudavam com o português. Ia na casa de um amigo para assistir aos jogos de futebol nos fins de semana. Ele gostava de ouvir a transmissão do jogo no rádio. Também jogávamos bola com outros estudantes do intercâmbio”. Apreciador da culinária brasileira, Piya não se esqueceu dos espetinhos que comia no bairro Verdão, onde morou quando adolescente, “com mandioca e farofa”.

Arquivo pessoal

Amizades Copa do Mundo

Tailandês Piya Homchaikaew, de 39 anos, passou um ano em Cuiabá durante a infância e retornou à cidade durante o Mundial

 

O retorno a Cuiabá foi tardio, segundo Piya, por conta da falta de oportunidade e recursos suficientes, mas ele nunca abandonou os planos de voltar. Quando soube que a cidade sediaria os jogos, começou a se planejar. Depois, recebeu o convite para o casamento da amiga Celeste Inglis, com quem havia morado no intercâmbio. Foi um motivo a mais para se empenhar. “Quando pisei novamente em Cuiabá, fiquei muito feliz porque estava outra vez na cidade maravilhosa, onde tive muitas memórias inesquecíveis”, conta.

A estreia dele em Copas do Mundo foi em Cuiabá, fato que deixou Piya muito emocionado. “Foi emocionante assistir aos jogos. Além disso, Cuiabá ficou mais linda, cresceu muito”, afirmou. “Tem mais lojas no Centro e novos shopping centers. Os cuiabanos foram amigáveis como sempre”. Ele assistiu às quatro partidas realizadas na cidade, inclusive na companhia dos amigos da adolescência, e está se programando para voltar à cidade no aniversário de 300 anos. “No futuro, se for possível, queria ficar em Cuiabá por mais tempo, um ano ou mais, após a aposentadoria”.

A jornalista Tássia Maciel, de 29 anos, entrou de cabeça no mundial – e por dois motivos: o primeiro por força do ofício e o segundo pelas emoções que viveu no clima da Copa nas ruas de Cuiabá. Seu sentimento, até o início do mundial, foi um misto de alegria e frustração.

“Com a proximidade da chegada do evento, comecei a sentir vergonha por não estar com a cidade pronta para receber os convidados”, contou. “Foi triste ver Cuiabá rasgada ao meio, árvores lindas arrancadas, obras inacabadas sendo ‘maquiadas’. Mas, ao mesmo tempo, tinha a certeza de que a energia e a receptividade do povo cuiabano iam, de alguma forma, suprir a incompetência dos nossos governantes”.

Arquivo pessoal

Amizades Copa do Mundo

 

E os jogos começaram. Tássia conseguiu organizar a rotina no trabalho para não perder um minuto da festa. Assistiu a alguns jogos na Arena Pantanal, outros, no Fan Fest e em locais de concentração das torcidas estrangeiras. “Queria viver intensamente aquele momento único na minha cidade”, disse. “Lembro que no primeiro dia de jogo, após o Brasil vencer, fui ao Fan Fest com algumas amigas e, ao irmos embora, tinha um grupo de australianos que não conseguia pegar táxi. Depois de um longo bate-papo, me ofereci para levá-los ao hotel. Foi super divertido”.

Para ela, a Copa foi um “prato cheio” para conhecer gente nova. Tássia fez amigos com os quais mantém contato quase que diariamente, como é o caso do chileno Javier Elgueda, de 32 anos. A torcida chilena, aliás, tomou conta de Cuiabá. Tássia e Javier se conheceram nas vésperas de Chile x Austrália. Curtiram os pontos turísticos e a noite cuiabana.

Encerrado o Mundial, o amigo voltou a Cuiabá, em agosto seguinte, para conhecer as belezas naturais da região. “A gente conversa direto”, comemora. “Depois da Copa, ele voltou a Cuiabá com um casal de amigos e fomos para Nobres e Chapada. Também está querendo, no fim do ano, vir para o Brasil para fazer uma viagem ao Nordeste e devo encontrá-lo. Também planejo ir a Santiago”.

“Foi triste ver Cuiabá rasgada ao meio, árvores lindas arrancadas, obras inacabadas sendo ‘maquiadas’. Mas, ao mesmo tempo, tinha a certeza de que a energia e a receptividade do povo cuiabano iam, de alguma forma, suprir a incompetência dos nossos governantes”.

O que mais marcou a jornalista na Copa foi a “brasilidade” no Mundial. “O maior aprendizado, na verdade, não foi um aprendizado, mas a confirmação de que o que temos de melhor no nosso país é o povo”, disse. “Apesar de todo sofrimento pelo caos que o evento trouxe, todos os desvios de verba, roubos, estádios que iam virar elefantes brancos, nós sabemos sim receber bem, amamos mostrar o que temos de bom. Nosso calor humano supera tudo”.

o para não perder um minuto da festa. Assistiu a alguns jogos na Arena Pantanal, outros, no Fan Fest e em locais de concentração das torcidas estrangeiras. “Queria viver intensamente aquele momento único na minha cidade”, disse. “Lembro que no primeiro dia de jogo, após o Brasil vencer, fui ao Fan Fest com algumas amigas e, ao irmos embora, tinha um grupo de australianos que não conseguia pegar táxi. Depois de um longo bate-papo, me ofereci para levá-los ao hotel. Foi super divertido”.

Para ela, a Copa foi um “prato cheio” para conhecer gente nova. Tássia fez amigos com os quais mantém contato quase que diariamente, como é o caso do chileno Javier Elgueda, de 32 anos. A torcida chilena, aliás, tomou conta de Cuiabá. Tássia e Javier se conheceram nas vésperas de Chile x Austrália. Curtiram os pontos turísticos e a noite cuiabana.

Encerrado o Mundial, o amigo voltou a Cuiabá, em agosto seguinte, para conhecer as belezas naturais da região. “A gente conversa direto”, comemora. “Depois da Copa, ele voltou a Cuiabá com um casal de amigos e fomos para Nobres e Chapada. Também está querendo, no fim do ano, vir para o Brasil para fazer uma viagem ao Nordeste e devo encontrá-lo. Também planejo ir a Santiago”.

O que mais marcou a jornalista na Copa foi a “brasilidade” no Mundial. “O maior aprendizado, na verdade, não foi um aprendizado, mas a confirmação de que o que temos de melhor no nosso país é o povo”, disse. “Apesar de todo sofrimento pelo caos que o evento trouxe, todos os desvios de verba, roubos, estádios que iam virar elefantes brancos, nós sabemos sim receber bem, amamos mostrar o que temos de bom. Nosso calor humano supera tudo”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes