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Antonio Joaquim critica Janot e o acusa de proteger Pedro Taques

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Antonio Joaquim critica Janot e o acusa de proteger Pedro Taques

Ednilson Aguiar/O Livre

Conselheiro Antonio Joaquim

Antonio Joaquim compara sua situação à de Pedro Taques

O conselheiro Antonio Joaquim, afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) por decisão judicial, criticou a atuação do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável final pelo seu afastamento. Ele acusou o ex-procurador-geral de usar pesos diferentes ao fazer denúncias relativas aos personagens citados na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Segundo ele, Janot estaria favorecendo, por exemplo, o governador Pedro Taques (PSDB).

“É uma coisa ridícula, absurda. Pedir investigação, busca a apreensão é normal. Mas o doutor Janot passou dos limites ao pedir meu afastamento”, reclamou. Antonio Joaquim foi afastado do cargo em 14 de setembro, com outros quatro conselheiros, na Operação Malebolge, por decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatando pedido de Janot.

Ao LIVRE, o conselheiro comparou sua situação de delatado com a de Pedro Taques. “O governador é meu coleguinha na delação. Silval disse que combinou com ele que não colocaria dinheiro na campanha do Lúdio Cabral (PT) e que daria dinheiro à campanha do Taques”, lembrou.

“Pode ser que sejam mentiras as acusações contra o Taques, como as acusações contra mim são”, ponderou. “Mas por que eu fui afastado e o Janot não pediu sequer uma investigação contra Pedro Taques? Qual o critério do Janot? Qual a credibilidade do procurador, que me afasta e não pede nem investigação contra o amiguinho dele?”, questionou.

Antonio Joaquim tenta anular seu afastamento na Justiça. Ele negou as acusações contidas na delação de Silval. “É ridículo dizer que lavei dinheiro com a venda de uma fazenda pagando menos do que ela vale. Isso não seria lavar; seria sujar dinheiro”, comentou. Na delação, Silval diz que a fazenda foi vendida foi vendida por R$ 4 milhões mas, segundo o conselheiro, na escritura e no imposto de renda consta R$ 6,7 milhões.

Ele negou também ter recebido propina do programa de pavimentação MT Integrado. “Ele sequer disse que tenha encontrado comigo, mas apenas com outros conselheiros. E nunca autorizei ninguém a falar em meu nome. Tudo isso é apenas a palavra de um delator sem um fiapo de prova”, declarou.

Disputa pelo Paiaguás

Mesmo afastado, o conselheiro retomou os planos de se aposentar do cargo vitalício no TCE e retornar para a carreira política. Ele mira uma disputa ao governo de Mato Grosso, e deve se filiar ao PTB para isso. O conselheiro pode ser adversário do governador Pedro Taques, que tem planos de disputar a reeleição.

“Quando for publicada minha aposentadoria, vou iniciar uma pré-campanha a governador”, informou. “Mas claro que só serei candidato se tiver condições de sê-lo. Não sou um menino mimado. Não vou exigir a vaga de candidato a governador só porque vou sair do TCE. Vou construir essa candidatura”, disse.

Quando foi afastado do cargo, no dia 14 de setembro, Antonio Joaquim recuou do plano de se aposentar em outubro e anunciou que permaneceria no TCE enquanto durassem as investigações. Ele havia anunciado sua aposentadoria no dia 29 de agosto, na última sessão plenária antes das suas férias.

“Fiquei inseguro com o afastamento e não sabia se eu podia me aposentar. Mas não tem denúncia nem processo contra mim, então juridicamente eu posso. Estou consciente que vou perder a prerrogativa de foto, mas não tenho essa preocupação. Quero ser investigado e provar minha inocência”, explicou.

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