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Aluna da rede pública estadual participará de evento da ONU

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Aluna da rede pública estadual participará de evento da ONU

Ednilson Aguiar/O Livre

Clara Santos Vaz - Escola Estadual Zélia da Costa Almeida

 

Aluna da Escola Estadual Zélia da Costa Almeida, em Cuiabá, a adolescente Clara Santos Vaz, de 17 anos, foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para participar de uma conferência em Nova York (EUA) sobre os Direitos Humanos na perspectiva dos Jovens, a Youth for Human Rights.

O evento será realizado na sede da ONU na próxima semana e reunirá participantes de 50 países diferentes. A escolha dos projetos deu-se pela relevância e relação com a área.

Sob a orientação do professor Yuri Chaya Piratini, de 28 anos, que participou da conferência no ano anterior, Clara apresentou o “Restaurando Vidas”, uma iniciativa própria que busca projetar expectativas positivas em jovens como ela, baseadas em valores como a solidariedade, respeito, liberdade e proatividade.

Por meio da metodologia, que conta com o apoio da diretoria, a estudante reúne-se semanalmente com mais 13 alunos da escola, do 7º ao 9º ano, para dialogar sobre o dia a dia escolar e também familiar.

“Eu realmente acredito que todos nós temos a capacidade de chegar onde quisermos. E a escola está aí para ajudar”

“Muitos problemas acontecem atualmente pela falta de atenção. Os seres humanos estão passando entre si sem ver o verdadeiro significado de viver”, observou.

Para ela, esse significado, em primeiro lugar, baseia-se na capacidade de acreditar no próprio sonho, ainda que as dificuldades pelo caminho insistam em demonstrar o contrário.

“A partir daí, o legado positivo que podemos deixar vai sendo construído”, frisou.

Bastante confiante, a estudante valeu-se de sua própria história e do interesse natural em observar o comportamento humano para conceber a iniciativa.

Natural de Porto Espiridão (a 358 km de Cuiabá), Clara contou que sempre carregou o desejo de ajudar o próximo e precisou deixar a cidade e a família para estudar em escolas que oferecessem mais possibilidades. Antes de vir para Cuiabá no início deste ano, morou com uma tia em Tangará da Serra (a 242 km de Cuiabá). 

Ednilson Aguiar/O Livre

Clara Santos Vaz - Escola Estadual Zélia da Costa Almeida

 

A estudante contou que, nas dinâmicas, procura incentivar os colegas a fazer uma auto-reflexão, porém, sem perder de vista o estímulo à adoção de uma postura ativa perante a sociedade.

“Por exemplo, conversamos sobre o que cada um quer para si. Um futuro melhor? Ok, mas o que você está fazendo para que isso aconteça? Eu realmente acredito que todos nós temos a capacidade de chegar onde quisermos. E a escola está aí para ajudar e não para atrapalhar que os objettivos sejam alcançados”, pontuou.

Inspiração

A jovem contou que outra fonte de inspiração para o “Restaurando Vidas” foram os professores do Ensina Brasil que atuam na escola onde estuda. O Ensina é um programa onde profissionais de diferentes áreas, com perfil de liderança, lecionam em escolas públicas, geralmente por um período de dois anos.

“Não vou esquecer de onde vim, que sou uma menina do interior e que vai lutar pelas pessoas”

A iniciativa chegou a Mato Grosso neste ano, trazida pela Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc). Atualmente, 35 profissionais do programa trabalham na rede estadual. O professor Yuri é um deles.

“Logo que vi o projeto da Clara percebi que havia potencial para ela o inscrever na conferência”, relatou. Para a viagem, ele e a estudante receberam um apoio da Seduc, que se responsabilizou pelo custeio das passagens, hospedagem e alimentação.

“O Ensina é uma iniciativa inovadora e inédita no Brasil e parte da sua importância começa a aparecer em exemplos claros como o da Clara. Essa iniciativa tem todo o nosso apoio”, afirmou o secretário de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso, Marco Marrafon.

A 14ª edição do Youth for Human Rights acontece entre os dias 24 e 26. Questionada sobre o que pensa em expressar quando for o seu momento de falar, a jovem, dividida entre o desejo de cursar medicina ou psicologia, enfatizou que o maior recado deve ser para si mesma.

“Não vou esquecer de onde vim, que sou uma menina do interior e que vai lutar pelas pessoas, no caso, aquelas que ficaram para trás, as que estão comigo agora e as que virão no futuro. Nunca vou deixar de batalhar por aquilo que acredito”.

*Interessados em colaborar com o projeto da aluna Clara Santos Vaz podem contribuir financeiramente neste link.

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