Ednilson Aguiar/O Livre
O empresário Alan Malouf: ele já foi condenado pela juíza Selma Arruda, da 7ª Criminal de Cuiabá, a 11 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva
O empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf teria recebido propina por ajudar uma empresa que forneceu programas piratas de computador para a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc). Malouf teria atuado para que a Avançar Tecnologia em Software Ltda recebesse valores em atraso da secretaria.
A informação consta na delação premiada do ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, fechada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em julho deste ano. Alan Malouf foi condenado pela juíza Selma Arruda, da 7ª Criminal de Cuiabá, a 11 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva nos esquemas da Seduc.
De acordo com Nadaf, o empresário tinha como objetivo pagar dívidas da campanha de 2014 do governador Pedro Taques (PSDB). O governador nega a existência de caixa 2 e afirma que o empresário nunca exerceu qualquer função em sua campanha.
Pedro Nadaf afirma que Alan Malouf o questionou, em 2015, sobre a existência de empresas com valores a receber do Estado, com o objetivo de recolher propina para saldar as supostas dívidas. O ex-secretário e o empresário mantinham uma relação de amizade à época.
Foi Nadaf quem sugeriu a empresa, que havia prestado serviços à Seduc ainda durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em 2014. Contudo, o ex-secretário não soube afirma quanto a Avançar ainda tinha a receber, apenas afirmando que a empresa já havia participado de esquemas durante a gestão do peemedebista.
O ex-secretário diz ainda que facilitou um encontro entre Alan Malouf e o proprietário da Avançar, o empresário Weidson de Tal. Apesar de não ter acompanhado a reunião, Nadaf afirma ter questionado Malouf depois e ter sido informado de que o sócio do Leila Malouf estaria organizando os trâmites junto à Seduc e à empresa.
Programas piratas
A Controladoria-Geral do Estado (CGE) e a Seduc abriram um procedimento de responsabilização contra a Avançar Tecnologia em Software Ltda em julho de 2016. A empresa teria instalado programas piratas em computadores da rede estadual de educação em 2014, durante a gestão Silval.
De acordo com o relatório da CGE, a empresa recebeu R$ 7,96 milhões do Estado por dois termos de cooperação técnica fechados com a secretaria. Além dos programas ilegais, a empresa ainda teria deixado de cumprir outras cláusulas do contrato com o governo, como a instalação de softwares educacionais, treinamento a diretores e professores das escolas, além do fornecimento de aplicativos educacionais desatualizados.