Ednilson Aguiar/O Livre
Alan Malouf,GMS
O empresário Alan Ayoub Malouf entregou uma sala comercial que avaliou em R$ 414 mil localizada em Cuiabá como fiança para ser liberado da prisão domiciliar no último dia 10. O imóvel tem 46,1 metros quadrados e está avaliado em um valor acima do estabelecido para a fiança, fixada em R$ 350 mil. Ele está atualmente em liberdade monitorada, ou seja, utiliza uma tornozeleira eletrônica.
Tentativa frustrada
Antes que a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal, aceitasse a sala comercial a título de fiança, o empresário tentou entregar outro imóvel, localizado em Rondonópolis (a 215 km de Cuiabá). “Após a análise do pedido formulado por Alan Ayoub Malouf, verifico que a garantia que oferece ao juízo consiste em bem que não é de sua propriedade”, escreveu Selma em decisão do último dia 11.
A defesa de Malouf havia juntado ao processo uma autorização assinada por Leonardo Chicre Maluf, intitulado representante da empresa proprietária do imóvel, a MTM Construções. Segundo o LIVRE apurou, Leonardo é diretor da Construtora São Benedito, de propriedade da família de Alan.
Sala comercial
O imóvel aceito pela Justiça é uma sala comercial no nono andar do edifício Jardim Cuiabá Office e Flat, localizado na avenida Miguel Sutil. Uma vaga de garagem no prédio custa R$ 55 mil, segundo a avaliação entregue pela WSM Construtora e Incorporadora.
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Alan Malouf foi solto, mas utiliza tornozeleira eletrônica
A sala ainda não está transferida para o nome de Alan, mas a construtora assinou um documento atestando que o empresário quitou todo o valor. A WSM faz parte do grupo GMS e tem como donos os empresários Walid Kassab e Georges Mikhail Malouf, este, tio de Alan.
Segundo a reportagem apurou, o empresário fornecia comida a diversas construtoras em Cuiabá e recebeu alguns imóveis como uma espécie de permuta para os pagamentos.
Rêmora
Alan Malouf chegou a ser preso preventivamente em dezembro de 2016, mas foi colocado em prisão domiciliar naquele mesmo mês. No dia 10 de julho, a juíza revogou a prisão domiciliar do empresário e o colocou em liberdade monitorada.
Alan é réu da Operação Rêmora, que investiga denúncias de desvios na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) no início da gestão Pedro Taques (PSDB), em 2015. Foram desviados ao menos R$ 1,2 milhão, dos quais o empresário confessa ter recebido R$ 260 mil.
Em depoimentos à Justiça, Malouf afirma que participou do esquema para receber de volta R$ 2 milhões investidos na campanha de Taques em 2014 – o governador nega existência de caixa 2 em sua campanha e definiu anteriormente as declarações do empresário como “mentirosas, irresponsáveis, levianas”.