A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) firmaram um acordo para a promoção do algodão brasileiro, que incluiu a abertura de um escritório da Abrapa na Ásia.
O convênio para a execução do projeto que visa o fortalecimento da imagem da pluma brasileira, com ênfase na qualidade, sustentabilidade, credibilidade e padrão tecnológico do produto, foi firmado na última sexta-feira (20).
Unidas as entidades devem investir quase R$ 6 milhões só neste primeiro ano, sendo R$ 2,5 milhões vindos da Apex-Brasil, e outros R$ 3,4 milhões da Abrapa.
Principal mercado
Hoje a Ásia é o principal mercado da pluma brasileira e, por consequência, da pluma mato-grossense. Representa 98% do mercado brasileiro de algodão. Para o presidente da Abrapa, Milton Garbugio, essa representatividade demanda uma presença institucional forte nesse território.
Além do apoio técnico e financeiro da Apex-Brasil, Garbugio ressaltou a importância da parceria com o Governo Federal para a abertura e manutenção dos mercados na Ásia, com o envolvimento das embaixadas e adidos do Brasil no exterior.
“A Abrapa tem um histórico de 20 anos na defesa do algodão brasileiro, agindo na maior parte das vezes, por sua própria conta. Mas, numa iniciativa como esta, falamos não apenas como produtores, mas como Brasil ”, disse.
Ele lembrou ainda que hoje o país é o segundo maior exportador de pluma do mundo e o quarto maior produtor. “Nossa meta é ir muito mais longe, e isso representa gerar ainda mais riquezas para a nação”, complementou.
Representante de MT em Singapura
Para a abertura do escritório, a Abrapa escolheu a cidade-estado de Singapura. Será uma espécie de “posto avançado” do algodão brasileiro na Ásia. Para liderar os trabalhos na unidade, o eleito foi diretor de Relações Internacionais da Associação, Marcelo Duarte.
Ao LIVRE, no início do mês, Duarte revelou que as negociações estavam bem adiantadas e que as perspectivas eram as melhores. “Será um novo desafio, mas estamos prontos e tenho a certeza que vamos obter bons resultados com a implantação desse escritório na Ásia”, disse.
Segundo ele, a aprovação do projeto é resultado de muito planejamento, aliado aos esforços da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), do Itamaraty, através do ministro Ernesto Araújo, além do Mapa.
“Essa notícia coroou um ano muito especial para o algodão brasileiro, que registrou recorde de produção e exportações. Terminamos 2019 com o pé no acelerador”, disse.
Duarte já passou pela Secretaria de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso. É administrador, mestre em Comércio Agrícola pela Lincoln University (Nova Zelândia), com MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e tem vasta experiência em comércio exterior no agronegócio. Também é conselheiro do Instituto ADM da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
Marco histórico
Para o gerente de Agronegócios da Apex-Brasil, Igor Brandão, a parceria com a Abrapa é uma oportunidade para contribuir para o reposicionamento do produto brasileiro. “Trata-se de um primeiro esforço conjunto, para estruturar a estratégia de comunicação e branding setorial. Estamos lançando as bases de um trabalho que esperamos que seja de longo prazo”, explicou.
Por fim, Garbugio destacou que o convênio com a Apex-Brasil é um marco histórico. “Com essa cooperação, podemos aumentar muito mais nosso relacionamento comercial com os países asiáticos. Isso só foi possível graças a um excelente diálogo com o Governo Federal, e, em especial, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Este é um projeto estratégico, de longo prazo, que deverá ser ampliado, ao longo dos anos, para atingir os nossos objetivos”, concluiu.
*Com assessoria
