O gabinete de intervenção na saúde vai descartar 8,7 milhões de unidades de remédios e insumos que venceram no estoque da central farmacêutica (CDMIC) do SUS (Sistema Único de Saúde) de Cuiabá.
O gabinete diz que o prejuízo maior foi causado por compra de quantidade acima da demanda de Cuiabá. A lista vai de paracetamol, soro fisiológico e sonda a vaselina, propranolol, medicamento contra infarto, e ao vermicida mebenzadol.
Conforme a intervenção, serão descartados mais de 6 mil tipos de medicamentos. A prefeitura comprou em dezembro de 2021 45 mil unidades de aciclovir em creme, e a demanda do produto nos 4 meses seguintes foi de 1.043 unidades por mês. A compra da prefeitura foi fechada em quantidade 10 vezes mais que o necessário.
Em julho de 2022, foi autorizada a compra de 650.600 comprimidos de amitriptilina 25mg, remédio usado para o tratamento de depressão. De agosto a novembro, foram despachados para unidades do SUS, em média, 37.795. A demanda foi de 151.180 comprimidos.
A quantidade que será descartada no próximo fim de semana por causa de vencimento daria para abastecer as farmácias do SUS em Cuiabá por 1 ano.
O gabinete de intervenção diz que no estoque para descarte há remédios comprados pela Secretaria de Saúde mesmo já com grande quantidade disponível central farmacêutica. Em novembro de 2022, foram compradas 3.825 ampolas de 10ml de etomidato 2mg/ml, cujo uso médio em três meses foi de 436.
A lista de descarte do gabinete tem itens isolados que chamam a atenção, por exemplo, a quantidade de maleato de enalapratil de 20mg, líquido. O medicamento para pressão alta e problemas cardíacos aparece duas vezes na lista, em dois lotes diferentes, mas com a mesma data vencimento, março de 2022. Serão descartados quase 1,7 milhão unidades.
Paracetamol 500mg aparece 19 vezes com uma soma para descarte de 1.365.940.
