O deputado estadual Zeca Viana (PDT) acusou colegas de receberem dinheiro para fazer com que duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que investigaram sonegação do agronegócio acabassem em pizza: a CPI da Cooamat, que investigou a cooperativa ligada a Eraí Maggi em 2014, e a CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal, realizada em 2015 e 2016.
A acusação foi feita no momento que ele criticava a taxação do agronegócio defendida pelo deputado Wilson Santos (PSDB). Zeca afirmou que é preciso combater a sonegação de “megaempresários” em vez de taxar todo o setor produtivo.
“A grande sonegação originou duas CPIs aqui e foi o maior escândalo, os deputados receberam dinheiro para esconder os dados, fraudar os laudos e o relatório final, para proteger um ou dois megaempresários do agro deste Estado. Não é o agro todo, porque o agro todo está sofrendo”, disparou Zeca, na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (14).
“A CPI da Sonegação e das Cooperativas deveriam ter descoberto isso. Quando chegou na ferida, veio pressão de deputados e de fora para abafar, porque tem produtor que deve mais de R$ 3 bilhões para o estado em sonegação. Aí não sei se é conluio ou parceria dos governadores, mas o pequeno e o médio não podem pagar por isso. Temos que separar o joio do trigo e taxar os grandes sonegadores”, completou.
Wilson Santos, que participou da CPI da Sonegação, cobrou de Zeca que citasse os nomes dos deputados que ele acusou de corrupção. “A CPI produziu material substancioso. Poderia citar alguns deputados que levaram vantagem pecuniárias? Eu fui membro da CPI e me sinto constrangido”, pediu.
Zeca inocentou o tucano, mas se recusou a citar nomes. “Eu não vou citar porque o senhor sabe quem levou dinheiro para que não se tornassem públicos os fatos sobre os grandes sonegadores. Eu não estou me referindo ao senhor”, respondeu.
Além de Wilson, a CPI da Sonegação era composta pelo atual prefeito de Rondonópolis, Zé do Pátio (SD), pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), por Gilmar Fabris (PSDB), e Max Russi (PSB). A CPI da Cooamat foi composta pelos ex-deputados José Riva, Alexandre César (PT), Jota Barreto (PR), Emanuel Pinheiro e pelo deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM).
O deputado do PDT acusou ainda as tradings de cobrar dos produtores as taxas do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) e não repassar à Sefaz. “Temos que taxar os grandes sonegadores. Isso é culpa da Sefaz e do governo, que faz vistas grossas”, afirmou.
