A tragédia que se abateu sobre uma escola de Goiânia, na última sexta-feira (20), onde um aluno matou dois colegas e feriu outros quatro, deixou uma dúvida no ar. Muitos professores não sabiam como abordar o ocorrido sem fazer alarde.

Alguns não tiveram problema: assim que pisaram na sala, os estudantes trouxeram o caso à tona.

“Professor, você viu o que aconteceu naquela escola de Goiânia?”, perguntavam alunos assustados.

Era a deixa necessária para falar sobre o motivo da tragédia: o bullying.

Outros não precisaram mencionar o caso e preferiram apenas focar no essencial.

“O que temos que fazer quando algo nos incomoda? Falar com alguém, certo?”, indagavam professores, com o intuito de fazer alunos entenderem o recado.

A mensagem é uníssona: sofrer calado não é a saída.

Escolas precisam falar sobre bullying. Em sala com os alunos, em reuniões com os pais, em palestras para o público.

O bullying sempre existiu.

Crianças podem ser cruéis, podem escolher um bode expiatório, podem não entender quando passam do limite.

O que mudou, então?

A primeira coisa é que agora existe um nome: bullying. Já é um passo. A seguir, temos a definição: é quando uma pessoa é ameaçada, perseguida, agredida, humilhada ou excluída por outra pessoa ou grupo, repetidamente.

Mas, tão importante quanto falar do tema, é entender como lidar com ele. Algumas crianças e adolescentes são presas fáceis, seja por sensibilidade, por preferências ou até aparência. E é aqui que entram amigos, pais e professores. Todos têm que estar atentos para que ninguém saia ferido e a situação fuja do controle.

Mas também temos que ir além. Pensar nos que agridem, machucam, infernizam. Por que são tão intolerantes? Por que não conseguem nem querem entender alguém diferente? Por que precisam humilhar ou agredir um colega?

Pais precisam falar sobre bullying, sim. Têm que conversar na hora das refeições, ser próximos dos filhos e amigos, entender como pensam. Eles sofrem ou praticam bullying?

É doloroso, é trabalhoso, mas é inevitável. Só sabendo como pensam nossos filhos, se são agressores ou agredidos, é que teremos chances de torná-los seres humanos melhores, conscientes e tolerantes.

Ninguém quer descobrir que o filho é sensível demais ou intolerante demais, mas que outro caminho temos senão o do conhecimento?

Assinatura Debora Nunes

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