As Forças de Segurança de Mato Grosso estão investindo na perícia técnica e em parcerias com outros estados e o Governo Federal para tentar descobrir quem são os autores do atentado registrado na cidade de Confresa no domingo (9). Segundo o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel da Polícia Militar, César Augusto de Camargo Roveri, os criminosos, cerca de 16, não estão mais em solo mato-grossense e os vestígios deixados por eles estão sendo analisados de forma criteriosa pelos peritos.
Durante uma entrevista coletiva realizada, nesta segunda-feira (10), em Cuiabá, Roveri relatou que o esquadrão antibombas foi a sede da empresa de transporte de valores, que era alvo da ação criminosa. Lá, eles encontraram diversos artefatos, que foram desativados. Vale lembrar que o grupo, supostamente, estava interessado em ter acesso ao cofre, porém não obteve sucesso.
Na entrevista, o secretário também tentou tranquilizar os moradores da região, que enfrentaram momento de assustadores. O bando colocou fogo em uma carreta na estrada e ainda atacou o quartel da PM no município. Nenhum policial ficou ferido no confronto. Contudo, um morador acabou baleado na ação que aconteceu a luz do dia. O grupo também invadiu o prédio da empresa de transporte de valores e fizeram funcionários reféns.
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Fuga
A fuga envolveu troca de tiros com a Força Tática e, de acordo com o secretários, dois veículos usados pelos criminosos foram danificados e ficaram para trás. Dentro deles, há sinais de sangue, o que para polícia sugere que integrantes do bando estejam feridos. Agora, cabe aos peritos acharem pistas que ajudem a elucidar o caso.
Os outros carros utilizados pelos grupo foram encontrados dentro de terra indígena e existe indícios que a fuga pode ter sido concluída com o uso de embarcações, o que não foi confirmado pelo Secretaria de Estado de Segurança de Mato Grosso. No entanto, diante da dúvida, as secretarias de segurança dos estados do Tocantins, Pará e Goiás foram acionadas para ajudar na operação de identificação e captura dos envolvidos. Também foi solicitada a ajuda do ministro da Justiça, Flávio Dino. Roveri diz que Mato Grosso solicitou informações sobre o tráfego aéreo na região.
Novo Cangaço
O secretário de Segurança diz que a ação pode ser configurada como Novo Cangaço, que é a invasão de algum lugar ou região por criminosos fortemente armados. A modalidade de crime foi muito utilizada em Mato Groso entre os anos de 2009 e 2012. Depois, não houve registro até 2021, quando foi realizada a penúltima ação, na cidade de Nova Bandeirantes. Em todas as ações anteriores a de Confresa os alvos foram bancos.
“Não podemos falar em uma retomada das ações de Novo Cangaço em Mato Grosso por conta dos espaços temporais entre as ações. E também não podemos dar muitos detalhes sobre as investigações para não comprometê-las”, afirmou o secretário Roveri.