Confresa (1.115 km de Cuiabá) foi alvo de uma violenta ação de um grupo criminoso ontem (10), domingo de Páscoa, aos modos do crime conhecido como “Novo Cangaço”. Segundo o comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, cerca de 16 bandidos fizeram parte da atividade.
Agora, menos de 24 horas depois do início do ato que deixou a cidade aterrorizada, o que se sabe sobre o terrorismo em Confresa?
Quartel alvejado
O crime começou no final da tarde de ontem. Segundo o coronel Mendes, os bandidos foram até o quartel da PM em Confresa e incendiaram um veículo na porta do quartel.
Eles estavam fortemente armados e alvejaram a base militar. “Eles usaram muitas munições”, disse o comandante da PM. O policial plantonista que estava no quartel, no entanto, conseguiu se abrigar e não ficou ferido.
O único ferido, até o momento, é um morador da cidade, que foi alvejado no ombro, mas está fora de perigo. Ainda não há informações de que situação o levou a ser baleado.
Invasão à Brinks
Após o ataque à Polícia Militar, cerca de 15 a 16 bandidos invandiram a empresa Brinks, de segurança e transporte de valores, todos fortemente armados.
Eles estavam com reféns e, por isso, os policiais da cidade receberam ordem para não se aproximar do local, visto que a prioridade era salvar vidas.
Na empresa, a quadrilha usou muitos explosivos e detonou várias paredes, porém, não conseguiu arrombar o cofre principal. “Ou seja, não foi levado nada em espécie, em dinheiro”, disse o coronel Mendes.
Troca de tiros
Diante do ocorrido, o comandante de Confresa, tenente-coronel Escolástico, ordenou o fechamento de todas as vias e barreiras e todas as equipes de cidades próximas foram enviadas ao local.
Na fuga, os bandidos trocaram tiros com uma equipe da Força Tática e deixaram os veículos dos policiais alvejados a ponto de ficarem inoperantes. Ninguém ficou ferido, mas os militares não puderam seguir a quadrilha, que estava em carros blindados.
Fuga
Os ladrões fugiram em direção a Vila Rica (1.215 km de Cuiabá). Os reféns foram libertados antes da fuga. O grupo criminoso entrou em uma área indígena, já em direção a Santa Terezinha (1.275 km de Cuiabá).
“Os veículos foram abandonados nessa aldeia. Eles, em tese, pegaram uma embarcação ali”, contou o comandante geral da PM.
A ordem do comandante da PM é que seja realizado um cerco contra os bandidos, ação costumeira da Polícia Militar para evitar fugas.
Reação
O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi enviada imediatamente para a região, as equipes começaram a chegar no local no início da madrugada.
A primeira ação do Bope foi desarmar artefatos explosivos espalhados pelos bandidos por Confresa e nos veículos abandonadas na aldeia. Em seguida, foi realizado um planejamento de ação, que começou a ser executado no início da manhã de hoje.
“Sabemos que o local é de difícil acesso, local distante. Pessoal do apoio, de Barra do Garças, Água Boa, Sinop, Peixoto de Azevedo, todas as regionais, está dando todo o suporte para os colegas de Confresa e Vila Rica. O tenente-coronel Noelson, comandante regional, e o tenente-coronel Escolastico, comandante de Confresa, estão liderando toda a equipe, para que a gente possa localizar os bandidos”, disse o coronel Mendes.
As Forças de Segurança foram acionadas e um trabalho integrado está sendo realizado. Inclusive, a Força Aérea Brasileira (FAB) está em alerta para identificar possíveis aeronaves que possam auxiliar os bandidos em uma fuga.
Um Comitê de Crise também já foi colocado em prática, comandado pelo coronel Wilker, subchefe de Estado Maior, juntamente com o coronel Roque, que é diretor de Inteligência da PM.
“A Polícia Militar de Mato Grosso está empenhada na captura desses elementos. Estaremos acompanhando o tempo todo”, afirmou o comandante-geral da PM.
