Ednilson Aguiar/O Livre
O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que o promotor de Justiça Mauro Zaque age com parcialidade e mágoa e persegue os secretários de seu governo. Em entrevista ao LIVRE, Taques adiantou também que não vai afastar do cargo o secretário de Estado de Comunicação, Kleber Lima.
Kleber é alvo de uma ação de improbidade administrativa por meio da qual o Ministério Público Estadual (MPE) pede seu afastamento imediato. Ele foi acusado por servidores públicos de assédio moral, sexual e de ameaçar grampear telefones.
Além de Zaque, assinaram a ação de improbidade contra o secretário os promotores de Justiça André Luiz, Ednaldo Coelho e Roberto Turin.
“É um absurdo a ação de improbidade. Confio no trabalho do Kleber. Servidores magoados com ele é que fizeram isso. A gravação não mostra absolutamente nada”, disse Taques.
A referência do governador é ao trecho de uma conversa gravada em que uma voz atribuída a Kleber Lima afirma que poderia mandar grampear os telefones dos servidores do Gabinete de Comunicação para descobrir quem estaria “vazando” informações do governo para jornalistas.
O áudio é um dos elementos nos quais a ação de improbidade administrativa está embasada. A gravação veio a público por meio de uma reportagem exibida nesta quinta-feira (7/9) pela TV Centro América.
“O Ministério Público é uma instituição absolutamente séria, que deve ser respeitada. Agora, o promotor Mauro Zaque não está cumprindo o seu papel, como determina a Constituição. Está com mágoa, com parcialidade, perseguindo secretários do meu governo”, completou o governador.
No último dia 1º, Taques protocolou um pedido de suspeição contra Zaque junto à Procuradoria Geral de Justiça e ao Conselho Superior do Ministério Público Estadual. Na ação, o governador pede que o promotor seja impedido de atuar em qualquer processo que envolva membros de seu governo.
Um dos argumentos do governador é o fato de o promotor ter atuado na sua gestão como secretário de Estado de Segurança Pública. Zaque é também o autor de uma representação contra Taques junto à Procuradoria Geral da República. Na denúncia, ele acusa o tucano de suposta conivência com o esquema de grampos telefônicos ilegais em Mato Grosso.
