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Stringueta compara delegados a piqueteiros e diz que colegas agiram por paixão

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Stringueta compara delegados a piqueteiros e diz que colegas agiram por paixão

Ednilson Aguiar/ O LIVRE

Rogers Afastado Stringueta

Delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta cumpriram busca e apreensão na Secretaria de Estado Segurança Pública

O delegado Flávio Henrique Stringueta comparou os outros delegados que o vaiaram na última quarta-feira (20/9) a “piqueteiros”. Os oficiais estavam no Fórum de Cuiabá em apoio ao secretário afastado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, quando Stringueta chegou para cumprir medidas cautelares contra Rogers.

As medidas foram determinadas pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no caso de grampos telefônicos conhecidos como “barriga de aluguel”. O secretário é acusado de tentar obstruir as investigações.

“Meus colegas delegados que se opuseram às ações de ontem, o fizeram motivados por paixões, não pela razão”, escreveu o delegado em sua página do Facebook. “Alguns se portaram como piqueteiros, o que é o inverso do que se espera de membros de uma carreira que se pretende ser reconhecida como Jurídica”, completou.

Stringueta ressaltou que apenas cumpriu o que havia sido determinado pelo desembargador. Para o delegado, apenas Perri e a delagada Ana Cristina Feldner, titular das investigações dos grampos na Polícia Civil, “sabem mais do que há nos autos”. O próprio Stringueta já foi o responsável pela investigação, mas se afastou por problemas de saúde.

O delegado afirma não ter visto delegados participando das vaias, mas sim servidores da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Contudo, lamenta “atitudes despropositadas de alguns colegas”: Stringueta relata que dois delegados o aplaudiram “de forma irônica” durante o cumprimento dos mandados judiciais.

“Não é necessário entender e concordar com as decisões tomadas por um delegado de polícia em uma investigação, mas é essencial que as respeitem”, escreveu. “Só o titular da investigação tem condições de saber o que é necessário ou não no seu inquérito, e sempre baseado nas provas que tem nos autos”.

Stringueta diz acreditar que as mesmas reações não teriam acontecido se o alvo dos mandados fosse um membro do Ministério Público ou do Judiciário.

Buscas e medidas
O secretário Rogers Jarbas foi afastado do cargo na decisão proferida pelo desembargador Orlando Perri. O magistrado determinou que fosse feita busca e apreensão no gabinete de Rogers e demais dependências da Sesp em busca de provas das supostas tentativas de obstrução da Justiça.

Perri também incluiu o monitoramento por tornozeleira eletrônica como medida para garantir que Rogers não entre nas dependências de órgãos da Segurança Pública nem mantenha contato com testemunhas do caso dos grampos. O celular do secretário também foi apreendido.

Rogers é acusado de ter interrogado a delegada Alana Cardoso sem a existência de qualquer inquérito ou procedimento aberto e ainda de ter, na ocasião, feito perguntas sobre a atuação do promotor Mauro Zaque, responsável pela denúncia do caso dos grampos. Como secretário ele não teria a prerrogativa de investigar um membro do Ministério Público.

Rogers ainda teria, de acordo com a decisão do desembargador, cedido cópia de um inquérito sigiloso sobre grampos nas eleições de Lucas do Rio Verde ao ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques – ele é investigado no caso.

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