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Cabo Gerson teria atuado em central de grampos clandestinos
O ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogou a prisão do cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, acusado de atuar nos grampos telefônicos realizados por policiais militares ligados à cúpula do governo do Estado. A decisão foi dada em relação ao inquérito da Operação Esdras, que investiga militares e civis que teriam participado das escutas clandestinas e também atuado para embaraçar as investigações.
A decisão, de quarta-feira (28), estendeu ao cabo os benefícios dados a outras sete pessoas investigadas, incluindo quatro ex-secretários de Estado. Gerson segue preso por um mandado de prisão relativo ao inquérito que investiga a atuação dos militares nas escutas ilegais.
Anteriormente, o ministro havia colocado em liberdade os ex-secretários da Casa Civil, Paulo Taques, de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Junior, de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, da Casa Militar, Evandro Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o major Michel Ferronato e a esposa do coronel Lesco, a personal trainer Helen Christy Lesco.
Gerson Corrêa Júnior deverá ser monitorado eletronicamente, com uso de uma tornozeleira. O cabo ainda fica proibido de manter contato com os demais investigados e também de entrar em prédios e unidades da Polícia Militar e do Governo do Estado. Assim como os demais, Gerson não pode ter contato com o governador Pedro Taques (PSDB) – o caso se encontra no STJ para apurar a possível participação do chefe do executivo nos grampos.
Grampos
De acordo com as investigações da Polícia Civil, o cabo seria o responsável pelos relatórios de inteligência que basearam os pedidos de escutas telefônicas contra pessoas como a deputada Janaína Riva (PMDB), os advogados eleitorais José do Patrocínio e José Antonio Rosa, o desembargador aposentado José Ferreira Leita, telefones do Ministério Público Estadual (MPE), entre outros.
Os alvos foram interceptados em operações policiais que investigavam crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e outros, com os quais eles não tinham qualquer relação. O esquema durou, pelo menos, entre as eleições de 2014, quando Pedro Taques foi eleito, e as eleições municipais de 2016. O ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques é apontado como uma das lideranças do grupo.
Gerson teria atuado em um escritório clandestino montado em um prédio da capital, onde funcionava a central dos grampos.