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STJ dá liberdade a major acusado de participar de complô contra Perri

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STJ dá liberdade a major acusado de participar de complô contra Perri

Ednilson Aguiar / O Livre

Major Michel Ferronato

Major Michel Ferronato: ele é acusado de ter participação na cooptação e coação do tenente-coronel Henrique Soares para gravar clandestinamente o desembargador Orlando Perri

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu liberdade ao major Michel Ferronato, preso em 27 de setembro durante a deflagração da Operação Esdras.

Ferronato é acusado de ter participação na cooptação e coação do tenente-coronel José Henrique Soares para filmar e gravar clandestinamente o desembargador Orlando Perri, à época relator do caso dos grampos no Tribunal de Justiça.

O ministro Mauro Campbell Marques, contudo, manteve as outras medidas cautelares contra o major. Ferronato não pode se ausentar de Cuiabá sem avisar à Justiça, não pode manter contato com testemunhas ou outros réus e demais envolvidos no caso dos grampos e deverá utilizar uma tornozeleira eletrônica.

Atendendo a um parecer do Ministério Público Federal (MPF), o ministro ainda autorizou o major a participar de uma prova prática para conseguir uma promoção na Polícia Militar.

O major Ferronato é acusado de ter intermediado uma suposta oferta ao tenente-coronel Soares para que ele fosse promovido a coronel. De acordo com os depoimentos de Soares, o major teria se encontrado com ele no parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá, e dado a entender que, caso colaborasse com o esquema contra Perri, receberia a promoção.

Em depoimento aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta, o major negou que tenha oferecido o cargo. De acordo com a defesa de Ferronato, apenas o governador do Estado teria a premissa de oferecer a promoção, e por isso o caso deveria ser investigado no STJ – o processo saiu das mãos de Perri para a instância superior no dia 11 de outubro.

Operação Esdras
Deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, a Operação Esdras prendeu os ex-secretários Paulo Taques, coronel Airton Benedito Siqueira, coronel Evandro Ferraz Lesco e delegado Rogers Elizandro Jarbas. Todos são acusados de tentar obstruir as investigações dos grampos.

A esposa de Lesco, Helen Christy, o sargento João Ricardo Soler e o empresário José Marilson também foram presos preventivamente. Destes, apenas Marilson se encontra em liberdade, depois de ter colaborado com as investigações.

As interceptações clandestinas teriam sido realizadas entre as eleições de 2014 e as eleições de 2016 contra pessoas de interesse da cúpula do governo do Estado. Os números eram inseridos em investigações da Polícia Militar, com as quais as vítimas não tinham qualquer ligação.

Inicialmente, foram presos o ex-comandante-geral da PM Zaqueu Barbosa, suspeito de ser um dos líderes do grupo, e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, operador dos grampos.

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