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Sistema Penitenciário Federal nega transferência de militares presos

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Sistema Penitenciário Federal nega transferência de militares presos

Ednilson Aguiar/O Livre

Coronel Evandro Lesco, chefe da Casa Militar

Coronel Evandro Lesco foi exonerado do cargo de secretário da Casa Militar pouco mais de um mês depois de ser preso

A diretora do Sistema Penitenciário Federal, Cintia Rangel Assumpção, negou a transferência dos quatro militares atualmente presos por suspeita de participação nos crimes conhecidos como barriga de aluguel. Em decisão do último dia 07, ela afirma que não foram encontrados motivos suficientes para que eles fossem transferidos para um presídio federal, de maior segurança.

Os coronéis Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da PM, Evandro Ferraz Lesco, ex-chefe da Casa Militar, e Ronelson Barros, ex-adjunto da pasta, deverão continuar detidos nas instalações militares em que já estão atualmente. O cabo Gérson Gerson Luiz Ferreira Correa Junior também deverá continuar detido no Centro de Custódia da Capital (CCC).

Zaqueu está na Escola Superior de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Esfap), Lesco se encontra na Academia da Polícia Militar Costa Verde, enquanto Barros está detido Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em julho foi realizada uma vistoria nos locais em que os militares estão alojados.

Havia uma denúncia de que o cabo Gérson teria acesso livre a um aparelho celular e ainda que ele teria saído do cárcere para ir à boate Cristal em Cuiabá e também para tomar cerveja. Depois que foi denunciada a saída do cabo à boate, foi colocada uma grade na porta do quarto, segundo relatório dos juízes Bruno D’Oliveira Marques, da 11ª Vara Criminal da Justiça Militar, e Geraldo Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Execuções Penais.

Nos alojamentos, a inspeção verificou que os militares tinham acesso a acomodações com cama, armários, televisão, geladeira e aparelho de ar condicionado. Eles seguem a rotina das instalações militares para as refeições e têm direito a banho de sol.

Não havia até então um controle efetivo das visitas recebidas por eles, o que permitiu que o coronel Evandro Lesco visitasse o cabo Gérson antes de ser preso, em 23 junho.

Outro nome que aparece na lista de pessoas que foram visitar o cabo é o do sargento João Ricardo Soler. O nome de Soler surgiu na investigação dos grampos por meio do coronel Airton Siqueira Júnior.

De acordo com o coronel, em 2007, Soler lhe contou que instalou escutas no gabinete do desembargador Orlando Perri por ordem do juiz Luiz Aparecido Bertolucci. A espionagem teria ocorrido durante o escândalo da Maçonaria, que atingiu magistrados de Mato Grosso.

Os juízes ainda constataram que os militares receberam visitas de advogados, mesmo aqueles que não faziam parte de suas bancas de defesa.

Barriga de aluguel
O esquema conhecido como barriga de aluguel consistiu na interceptação telefônica de pessoas que não tinham relação com investigações policiais. Os números foram inseridos de maneira ilegal em uma investigação de tráfico de drogas em Cáceres, além das operações Forti e Querubim.

Telefones de uma secretária e uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques foram grampeados – ele deixou o cargo quando o caso veio à tona em maio, foi preso no dia 04 deste mês e foi solto no dia 11.

Foram interceptados ainda telefones da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), dos advogados José Antônio Rosa e José do Patrocínio, do desembargador aposentado José Ferreira Leite, do ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), um telefone do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, entre outros.

A denúncia foi feita pelo promotor Mauro Zaque de Jesus, que afirma que o governador Pedro Taques (PSDB) sabia dos grampos. O ofício enviado por ele ficou por quatro horas no gabinete do governador, antes de ser fraudado, de acordo com relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE). Taques nega ter qualquer conhecimento prévio sobre o assunto.

 

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