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Silval citou quase 250 pessoas em sua delação premiada; veja a lista

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Silval citou quase 250 pessoas em sua delação premiada; veja a lista

Reprodução/MPF

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Blairo Maggi e Silval Barbosa, durante jogo da Copa do Mundo em Cuiabá, em 2014: três anos depois, a delação “monstruosa” 

O ex-governador Silval da Cunha Barbosa citou 246 pessoas ao longo de todos os depoimentos contidos em seu acordo de colaboração premiada fechado com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Políticos, ex-ocupantes de cargos públicos, empresários e outras figuras ligadas ao governo durante sua gestão foram alvo de citações de Silval.

Entre os políticos mais relevantes, o ex-governador cita o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), que é indicado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos “líderes do esquema”.

Silval diz que os esquemas começaram para pagar uma dívida de Maggi, que ele teria assumido como condição para ter o apoio do atual ministro em sua candidatura ao governo, em 2010. Antes, Silval era vice de Maggi na gestão estadual.

Membros do Governo Silval, como o ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, o ex-secretário de Planejamento Arnaldo Alves, e o ex-secretário de Fazenda Marcel Souza de Cursi, seriam alguns dos responsáveis por operar esquemas, a mando de Silval, dentro do governo.

Silval implica seus antigos homens de confiança como responsáveis por fraudar contratos e licitações de sua gestão com o objetivo de desviar recursos para o “Caixa 2”.

O empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça, dono da Globo Fomento Mercantil e da rede postos Amazônia Petróleo, estaria entre os responsáveis por operar o Caixa 2 de Silval, movimentando os valores ilegais.

Nesse grupo o ex-governador também incluiu outros empresários, como o dono de factorings Valdir Piran, o dono de postos Genir Martelli, o dono da Solução Cosméticos, Jurandir da Silva Vieira, a dona da Construmóveis Materiais de Construção, Marilena Ribeiro, entre outros.

Foram citados também nomes de pessoas que não tiveram relação com os escândalos que envolvem o nome do político, como advogados (alguns deles inclusive auxiliaram na formulação do acordo de delação), familiares, entre outros. 

Mensalinho
Silval afirma que pagava um “mensalinho” aos deputados da Assembleia Legislativa para manter sua base de apoio na Casa de Leis. Com isto, os parlamentares votariam de maneira favorável os projetos do governo, além de aprovar as contas de da gestão do ex-governador. Ao menos R$ 600 mil seriam repassados por ano a cada um dos 24 deputados supostamente envolvidos, de acordo com Barbosa.

Silval cita os deputados Wagner Ramos (PSD), Romoaldo Junior (PMDB), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Guilherme Maluf (PSDB), Zé Domingos Fraga (PSD), Pedro Satélite (PSD), Sebastião Rezende (PSC), Dilmar Dal Bosco (DEM), Baiano Filho (PSDB), Mauro Savi (PSB), Gilmar Fabris (PSD), os ex-deputados José Riva (sem partido), Antônio Azambuja (PP), Alexandre César (PT), Ademir Brunetto (PT), João Malheiros (PR), Airton Português (PSD), Walter Rabello (falecido), Luiz Marinho (PTB), Jota Barreto (PR), Teté Bezerra (PMDB), o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), a prefeita de Juara Luciane Bezerra (PSB) e o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP).

Tribunal de Contas
De maneira semelhante, o ex-governador também afirma ter pago R$ 53 milhões a cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que fossem destravados processos do programa MT Integrado no órgão – entre as obras estavam aquelas relacionadas à Copa do Mundo de 2014.

As contas do programa eram contestadas, mas acabaram por ser liberadas. Segundo Silval, os conselheiros Waldir Teis, Jose Carlos Novelli, Antônio Joaquim, Sérgio Ricardo e Valter Albano teriam recebido os valores. Eles negam.

(Clique nas imagens abaixo para ver a lista de nomes citados por Silval Barbosa).

Observação: Alguns dos nomes listados estão em contexto diferente daqueles citados em casos de corrupção. O ex-auditor-geral do Estado José Alves e o delegado Lindomar Tóffoli, por exemplo, são citados por Silval como um empecilho para os esquemas do ex-governador no caso da Cartas de Crédito, investigado na Operação Cartas Marcadas.

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