Senadores de Mato Grosso dizem ser inoportuna a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) neste momento para apurar as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia.
“Nós temos um momento de partir para a ação ou para o caos. O início de uma investigação neste momento pode desviar a atenção para algo que não é mais importante neste momento, que é a compra de vacina”, disse o senador Wellington Fagundes (PL).
Como líder de bancada parlamentar (PL, DEM e PSC), Fagundes deve ser um dos membros da comissão que será instalada sob a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
O grupo tripartidário deverá ter o direito de nomear um membro titular e um membro suplente para a composição. Fagundes diz que aceitará a participação, mesmo com a sua divergência quanto à abertura do procedimento.
Antecipação de 2022
Carlos Fávaro (PSD) diz que a CPI só poderá servir para a antecipação das discussões eleitorais no próximo ano, quando o país deve votar para a Presidência da República. O eventual desvio de atenção é classificado pelo senador como “desperdício de energia” no combate à pandemia.
“Entendo que haverá o tempo certo para buscarmos eventuais responsáveis por todo o caos que estamos vivendo, por fazerem do nosso país o atual epicentro desta pandemia avassaladora. Além disso, para eventuais emergências, temos órgãos de controle fortes e atuantes, que estão em seu pleno funcionamento, inclusive em relação a outras esferas, além da federal”, disse.
O ministro Barroso decidiu nessa quinta-feira (8) ordenar que o Senado investigue supostas omissões do governo federal no enfrentamento ao contágio do novo coronavírus.
Ele acatou um pedido dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Os parlamentares foram ao Supremo por um pedido de instalação da CPI, protocolado no dia 15 de janeiro, ainda não ter sido atendido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).