Eleita ao Senado como candidata bolsonarista em 2018, a juíza aposentada Selma Arruda agora serve de modelo para o partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não do jeito que se esperaria. O diretório do PL no Paraná usou o processo de cassação de Selma para tentar impedir Sérgio Moro, outro ex-membro do Judiciário, de tomar posse como senador no começo de 2023.
Conforme o jornal Estado de S. Paulo, o PL questiona na Justiça Eleitoral os gastos da campanha de Moro. A sigla entra em espaço aberto nos questionamentos do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sobre irregularidades na prestação de contas.
Para a Justiça, o partido aponta problemas nas informações de Moro sobre o recebimento de recursos para a campanha, cuja origem não estaria identificada na prestação de contas, omissão de receitas e gastos e doações não lançadas na quitação eleitoral.
“Moro de saias”
O ex-juiz, que apoiou Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial, venceu a eleição ao Senado com resultado apertado. Ele recebeu 33,82% dos votos enquanto o segundo colocado, 29,12%.
O processo de cassação de Selma Arruda – que chegou a ser chamada de “Moro de saias”, quando juíza da 7º Vara Criminal de Cuiabá – é usado como jurisprudência eleitoral. Ela teve o mandato cassado, junto com toda a chapa que concorreu em 2018, por abuso de poder econômico.
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O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) afirmou no julgamento que a então senadora eleita teria antecipado a corrida eleitoral, com despesas antes da campanha, como a contratação de empresas de pesquisa e de marketing.