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Fachada do Palácio Paiaguás, sede do governo estadual
A oito dias do limite estabelecido pela Constituição, o governo do Estado ainda não tem dinheiro em caixa para pagar toda a folha salarial do mês de maio aos 90 mil servidores públicos do Estado. A folha de pagamento de maio, por exemplo, foi de R$ 426,9 milhões.
Embora não confirme os rumores de um novo escalonamento, a Secretaria de Fazenda admitiu, por meio de sua assessoria, que a situação é “complicada” e que conta com a arrecadação dos próximos dias para manter o atual cronograma de pagamentos.
Além da queda na arrecadação de impostos, contribui para a incerteza o recente remanejamento de R$ 70 milhões que, antes reservados ao pagamento do funcionalismo, foram utilizados para quitar débitos na área de Saúde.
“Passamos ao Tesouro os recursos do pagamento da folha. Determinei a retirada desses recursos para quitar a saúde”
A decisão foi anunciada pelo governador Pedro Taques na sexta-feira passada. “Passamos ao Tesouro os recursos do pagamento da folha. Determinei a retirada desses recursos para quitar a saúde”, disse, à ocasião.
Taques também afirmou que “trabalharia muito” para saldar o “compromisso com os servidores”, mas preferiu não garantir o pagamento da folha no prazo regular. “Eu não vou jantar antes de almoçar”, reagiu.
Em 2016, o governo chegou a adotar uma política de escalonamento para quitar os salários do funcionalismo, mas nunca ultrapassou a data limite constitucional.
O secretário de Fazenda, Gustavo de Oliveira, atribuiu o remanejamento de recursos à falta de “repasses federais”. “O Estado tem que tirar do Tesouro recursos para cobrir a saúde que vinham de fontes federais”, disse.