Política

Reformas, gastos e linha da pobreza: políticos de MT apontam urgências para Lula

Parlamentares dizem que o novo presidente terá que agir para fazer os deveres de casa para acalmar os ânimos

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Reformas, gastos e linha da pobreza: políticos de MT apontam urgências para Lula
(Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)

A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi repercutida por políticos de Mato Grosso durante a cerimônia de posse do governador Mauro Mendes (União Brasil) ontem. Assuntos fiscais e econômicos foram os mais citados. 

Mauro Mendes fez uma crítica indireta à decisão de furar o teto de gastos para beneficiar o cumprimento de promessas de campanha do presidente. Ao falar sobre a eficiência fiscal, o governador afirmou que, apesar de a mudança trazer resultado imediato, a conta vai chegar para os brasileiros. 

“O governo federal não tem problema de falta de dinheiro em caixa. Ele pode emitir dívidas [via títulos de ações ao Tesouro Nacional], furar o teto, mexer nos limites. Os estados não tem esse poder, se não administrar bem o caixa vai ter problema para cumprir seus compromissos e pode entrar em colapso rapidamente. Agora, quando a gente fura o teto em alguma hora a conta chega”, afirmou. 

Reformas

O senador Jayme Campos (União Brasil) diz que a preocupação principal deste início de mandato deve ser a reforma tributária, que está emperrada há anos no Congresso. Ele diz que existe bom humor dos parlamentares para lidar com o assunto. A reforma tributária foi discutida pela última vez na Câmara Federal e no Senado no início do mandato de Jair Bolsonaro (PL). 

“Eu acho que haverá boa receptividade no Congresso para votar a reforma. E o governo deve resolver isso já no primeiro ano. Ninguém aguenta hoje com o excesso da carga tributária, o nível de exigência [fiscal] é incompatível com o tamanho da nossa economia”, disse. 

Margareth Buzetti (PSD), que deve assumir a cadeira de Carlos Fávaro (PSD) já neste mês, acrescentou a reforma administrativa como uma exigência para recolocar o Brasil no caminho do crescimento. 

Linha da pobreza 

O aumento da pobreza no país também apareceu nas críticas. O senador Wellington Fagundes (PL), apoiador de Bolsonaro na campanha passada, afirmou que os políticos devem colocar na pauta medidas para reduzir a insegurança alimentar, ressuscitada pela pandemia. 

“Todo mundo está falando do problema de insegurança alimentar, no Brasil não deve ser diferente. O Brasil é celeiro do mundo e deve se preocupar em acabar com o problema da alimentação”, afirmou. 

Jayme Campos disse que cerca de 3,5 milhões de brasileiros vão continuar abaixo da linha da miséria mesmo recebendo R$ 600 do Auxílio Brasil e outros R$ 150 por cada criança abaixo dos seis anos de idade. Os valores já são referentes às mudanças feitas pelo governo de Lula. 

Situação política 

Jayme disse ainda que o governo de Lula carrega uma “grande expectativa” para unir novamente os brasileiros. Segundo o parlamentar, o Brasil vive uma ressaca da situação política polarizada que permaneceu intensa até uma semana antes da posse. 

“Nós tivemos um esgarçamento com várias manifestações por quase 60 dias após as eleições. Mesmo assim, existe sim uma grande esperança de que Lula possa conseguir reunir os brasileiros pela habilidade de governo que ele já tem”, disse. 

Jayme disse que vê com bons olhos a estratégia de Lula de escolher nomes de vários partidos para montar seus 37 ministérios, mas ainda não há garantia de governabilidade.  

“Eles podem só emitir a nota sem entregar a mercadoria. Estamos a ver”, afirmou. 

Wellington Fagundes disse que fará um mandato “sem partidarismo” e decidirá pelo benefício do Brasil. Fagundes se desviou do cenário de manifestações e da decisão de Bolsonaro de não repassar a faixa presidencial a Lula, e ressaltou a escolha do governo de receber a faixa de várias pessoas. 

“Eu acho muito legítimo o povo repassar a faixa para o presidente. É uma decisão inovadora que pode abrir uma nova forma de transferência de governo. Foi uma decisão pessoal [de Bolsonaro de não repassar a faixa] e não do partido”, disse. 

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