Investir dinheiro não tem nenhum segredo, a questão é começar, ainda que com pouco, para conseguir alcançar os objetivos. Se você não entende o universo financeiro, O LIVRE conversou com um assessor de investimentos que explicou os primeiros passos a serem dados neste caminho.
Caio Pantaleão já alerta: nada de poupança em bancos. Primeiramente, a pessoa precisa se planejar para fazer os investimentos (executar) e acompanhar o processo.
Para isso, um passo inicial é organizar o dinheiro do dia a dia, acompanhando e tendo consciência dos gastos. Também não se pode deixar de lado a chamada fase de segurança, que é subdividida em algumas etapas. É aqui que se constrói a reserva de emergência.
“A reserva de emergência é o custo de vida de 6 a 12 meses, deve ser aplicado com liquidez, de forma que possa ser resgatado a qualquer momento. Esse dinheiro vai acompanhar a Selic (taxa referência do mercado). Aqui também temos os planos de saúde”, explica o especialista da Ouro Investimentos.
Outras demandas que entram nessa fase da segurança são justamente os seguros, tanto de vida quanto de morte. A primeira modalidade, destaca Pantaleão, é voltada para proteger a pessoa caso algo ocorra em vida. Por exemplo, um médico cirurgião perde a visão de um olho, isso afetará a profissão dele. Tendo esse tipo de seguro, o plano o protegerá pagando o mesmo que o segurado mensalmente em sua atividade de trabalho, por um período determinado.
A segunda modalidade, de morte, é para o resguardo de algum familiar, como os filhos, garantindo os estudos quando estiverem em idade escolar. Ou ainda, pensando em inventários, facilitando o trabalho que será executado nesse processo.
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Foco no objetivos
A nova fase é o investimento voltado para objetivos de médio prazo, ou seja, de até cinco anos, portanto, aqui entram os investimentos para os planos de vida, como comprar casa, carro, viagens, fazer cursos.
“Neste prazo também teremos um dinheiro que vai estar em proteção de inflação, aqui não teremos a liquidez diária, como na reserva de emergência”, diz Pantaleão.
E por último, para os objetivos de longo prazo, ou seja, mais de cinco anos, o direcionamento é pela escolha de ações, diversificação internacional e também a previdência privada.
Como investir?
Pantaleão orienta, para fazer a reserva de emergência, o autopagamento. Quer dizer, criar contas para pagar para si mesmo, como por exemplo, contas de previdência privada que serão debitadas com uma periodicidade determinada.
Um detalhe importante é não buscar os bancos, mas sim, as plataformas abertas, ali estarão disponibilizados os produtos para as aplicações e fundos melhores que as instituições bancárias.
Nesse ponto, ao escolher os produtos, busque aqueles atrelados à taxa Selic, como o CDB, título público Selic ou ainda o Tesouro Direito. “Pelo menos 10% do que você ganha, poupe!”, diz o especialista. “Comece com 10%”, frisa.
E os endividados?
Se a dívida é maior do que o valor do rendimento do investimento, a orientação do especialista é pelo pagamento do débito existente.
“A dívida custa 2% ao mês, enquanto que a aplicação é 1%, é melhor pagar a dívida”, reforça.
Pergunta importante
Pantaleão chama a atenção para um questionamento que deveria ser feito por todas as pessoa, mas é algo deixado de lado, sequer pensado com a devida antecedência. A pergunta é: “Você quer se aposentar com quantos anos?”.
A aposentadoria nesse caso significa diminuir o ritmo de trabalho ou parar as atividades, afirma o especialista.
“Isso é muito pessoal, mas é importante ter a liberdade financeira. É preciso pensar em quantos anos de investimentos são necessários para que se tenha o mesmo salário de hoje”, esclarece. “Então, quanto antes começar, melhor será. Os juros compostos estarão trabalhando a seu favor”, destaca.