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“Quem dá e tira mandato não é o prefeito ou o governador. É o povo”, diz vereador

Na oposição durante todo seu primeiro mandato, Diego Guimarães foi o mais votado das eleições deste ano em Cuiabá. Confira sua entrevista ao LIVRE

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“Quem dá e tira mandato não é o prefeito ou o governador. É o povo”, diz vereador
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Reeleito em Cuiabá com 4.179 votos, o que lhe garantiu a votação mais expressiva na disputa pela Câmara de Cuiabá, o vereador Diego Guimarães (Cidadania) atribuiu o resultado nas urnas ao acompanhamento da população ao seu mandato nos últimos quatro anos, que considera satisfatório em atender as demandas sociais.

Para os próximos quatro, o parlamentar planeja articular a votação de projetos estratégicos de sua autoria como a “emenda da moralidade”, que exige a devida qualificação para preenchimento de cargos comissionados na administração pública.

Ao longo da entrevista que concedeu ao LIVRE, ele ainda considerou o aliado e candidato a prefeito Abílio Júnior (Podemos) como um político autêntico que promoverá as mudanças necessárias na cidade. Confira a íntegra.

O LIVRE – A que o senhor atribui essa votação expressiva na reeleição para vereador em Cuiabá?

Diego – Primeiro, me vi muito surpreso pela votação que nós tivemos e agradeço muito a Deus, primeiramente, e também a população, que acreditou no projeto Diego Guimarães e também no projeto de candidatura do Abílio Júnior e Felipe Welaton. Acredito que a população deu uma resposta nas urnas para muitos daqueles que não queriam ouvir o que as ruas estavam falando desde muito tempo.

A população estava gritando por mudanças na Câmara de Cuiabá. E esse desejo de mudança não passava apenas por nomes e discursos, mas, uma mudança de atitudes. E nós mostramos a população nestes anos que é possível fazer a política sem participar de conchavos, de toma lá dá cá, sem a necessidade de ter vários cargos no Legislativo e Executivo.

Eu atribuo esse resultado a uma população que está mais antenada à política e aos acontecimentos políticos da sua cidade.

O senhor acredita que nestes últimos quatro anos determinados vereadores estiveram desconectados dos desejos populares e, por isso, a renovação expressiva na Câmara de Cuiabá?

Diego – Sim! Muitos vereadores deixaram de lado pautas que defendiam. Um exemplo é o vereador Misael Galvão, que deixou de lado as pautas dos moradores do Dr. Fábio, do Shopping Popular e da Igreja a qual pertence, simplesmente, para concordar com o governo corrupto do Emanuel Pinheiro.

Um vereador como o Toninho de Souza, que foi o mais votado em 2016 e deixou de lado as pautas da população mais humilde, que o elegeu, para ser defensor intransigente de um prefeito manchado pela corrupção.

O Vinicyus Hugueney, que deixou de lado todo o histórico familiar de política séria e honesta, que o pai dele fazia, para estar ao lado de um prefeito manchado pela corrupção.

Eu creio que a população deu uma resposta nas urnas a vários deles. O Dr. Xavier tentou por mais cinco vezes ser eleito e, quando conseguiu o mandato, esqueceu que quem o elegeu foi o povo.

Eu acredito que o político atualmente deve estar muito mais antenado as vozes das ruas. Quem dá e tira mandato não é o prefeito ou o governador. É o povo.

Neste novo mandato, quais serão as bandeiras defendidas no Legislativo e propostas que poderão ser encaminhadas ao Executivo?

Diego – Eu tenho um desejo muito grande de viver o Parlamento em sua essência, com liberdade de agir e pensar. Nos últimos quatro anos, fomos tolhidos até mesmo em nossa fala. Projetos de lei de minha autoria não entravam na pauta e, quando entravam, eram simplesmente rejeitados porque pertenciam ao Diego Guimarães.

Esses projetos de lei, quero recuperá-los. Um dos projetos que mais desejo é a emenda da moralidade. A intenção é melhorar e trazer mais eficiência ao serviço público, com a nomeação de cargos em direção de pessoas verdadeiramente capacitadas.

A emenda da moralidade é uma proposta de incorporação a Lei Orgânica do Município apresentada em conjunto com o vereador Marcelo Bussiki e prevê o preenchimento de cargos públicos por pessoas que tenham aptidões práticas ou teóricas.

Um exemplo: um coordenador administrativo-financeiro não pode ser uma pessoa que não demonstra ter o conhecimento ou sem capacidade e experiência mínima de administração. Não pode ser simplesmente alguém indicado pelo partido político ou porque é amigo do prefeito.

Outra bandeira será a educação inclusiva, a melhoria da educação para crianças com deficiência e também com dislexia, autismo.

É uma gama muito grande de assuntos que nós tentamos carregar nestes últimos quatro anos para se converter em políticas públicas, mas pela morosidade do Legislativo e dificuldades impostas pelo Executivo.

Essa comunicação direta mantida com frequência nas redes sociais, em sua avaliação, foi peça chave para sua campanha eleitoral?

Diego – A ferramenta rede social encurtou a distância do eleitor com o titular do poder. Eu comparecia e pedia votos, mas também servia para acompanhar minhas propostas e ajudar a fiscalizar.

Não basta comparecer para votar e retornar para casa acreditando que foi cumprido o papel do cidadão. A democracia não se resume a voto, na verdade, se contempla com a representatividade efetiva e o cumprimento do mandato.

Eu acredito que esse encurtamento e esse relacionamento diário com eleitor e o agente político é um marco na história da política mundial.

Eu mesmo que respondo meu Whatsapp, Facebook e Instagram. As pessoas não ficam no vácuo. As demandas são atendidas pelas redes sociais.

Hoje, temos um aplicativo, o “Eu Participo”, em que a população, na palma da mão, pode se comunicar com meu gabinete para fazer reclamação, sugestão, reivindicar melhorias nos bairros e até propor leis. Essa relação de interação traz transparência ao mandato.

Em sua avaliação, a postura do vereador e candidato a prefeito Abílio Júnior, de patrocinar muitos enfrentamentos, inclusive com a imprensa, servidores públicos, empresários e setores políticos, não se aproxima da antipolítica?

Diego – Eu considero que o Abílio tem uma postura de trabalhar com a sinceridade e a verdade. Não existe o “Abilinho Paz e Amor” para ganhar a eleição. Não existe um Abílio maquiado ou com terno e gravata só porque precisa ganhar a eleição agora e passar a imagem de bom gestor.

O Abílio é um cara combativo, que fala a verdade e vai fazer os enfrentamentos necessários para enxugar a máquina pública. Vai demitir 3 mil servidores públicos, o que não inclui concursados e contratados, mas efetivamente aqueles que não trabalham e muitos não sabemos sequer aonde atuam. Muitos atuam em cargos comissionados mais preocupados em atender aos interesses políticos daqueles que o colocaram lá.

A gente sabe que existem bons veículos de imprensa e merecem respeito, mas existem aqueles que são tendenciosos e que mamaram nos R$ 47 milhões gastos anualmente pela Prefeitura de Cuiabá em propaganda. Existe um Abílio apenas, e não “dois Abílios”.

Quem vota no Abílio sabe o jeito que ele é e acredito que esse é o político que precisamos no momento. Foge daquela normalidade da fala mais mansa, do paz e amor que se espera. Não adianta moldar o Abílio agora e no mandato fazer diferente. Daí, vão dizer que ele mentiu para a população. Se for para ganhar a eleição, é falando a verdade, sem distorção de palavras.

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