As pautas ambientais ganharam destaque nas propostas de candidatos neste ano. A discussão sobre sustentabilidade, qualidade de vida e chancela econômica pela opinião pública levou os concorrentes, tanto ao Executivo quanto ao Legislativo, a apresentarem ideias sobre esses assuntos.
A “política verde” aparece, por exemplo, nos programas de governo de todos os oito candidatos a prefeito de Cuiabá, sempre associada a questões econômicas e degradação.
Mas, assim como para outros assuntos, não existem nos programas planos ações específicas. Os aspectos mais abordados são a poluição ambiental e o problema da saúde e desenvolvimento econômico sustentável.
Os tópicos são pertinentes para a Capital por causa do período de estiagem e queimadas, que durante alguns meses do ano encobre o céu com fumaça e deixa o ar mais difícil de respirar, também pela baixa umidade e a poluição.
“A pauta ambiental vai ser a grande utopia do século. Nós estamos destruindo o ambiente e agora queremos consertá-lo, mas não sabemos como fazer”, diz o comentarista político Onofre Ribeiro.
Segundo o analista, a questão ambiental é um assunto a ser considerado pelos eleitores de agora em diante, principalmente, para a faixa etária abaixo de 40 anos. A observação de fenômenos pelo mundo colocou a conservação do planeta como critério de voto.
As cobranças partem principalmente, diz ele, do ponto de vista econômico, por causa da associação da exploração ambiental e a produção em larga escala.
Mas acontece que os políticos ainda não têm preparo para lidar com esses assuntos e o espaço que a pauta verde ganhou nos programas de governo está mais para estratégia de campanha do que para ações planejadas.
“O tom maior dos programas continua sendo as construções. O lema ‘governar é construir estradas’ ainda tem efeito. Depois que passar a campanha eleitoral, os programas com planejamento ambiental vão para o lixo”, diz Onofre.