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O procurador aposentado Francisco Gomes Andrade Lima Filho, o Chico Lima, trocou os advogados responsáveis por sua defesa nesta quarta-feira (19). A substituição acontece devido a uma mudança de postura dele frente às acusações feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Considerando os principais réus das operações Sodoma e Seven, o procurador é um dos poucos que ainda não colaboraram com a Justiça, seja por confissão ou por delação premiada.
Até então, a defesa de Chico Lima era coordenada pelos advogados João Cunha Neto e Otávio Gargaglione. Depois de conseguir a substituição da prisão preventiva por liberdade monitorada no último dia 13, Chico Lima resolveu adotar uma “nova linha de defesa” e por isso trocou seus defensores, de acordo com o Gargaglione.
O novo advogado do réu, Rafael Faria, afirma que ainda não foi definido como será a nova linha, se uma confissão ou se será tentado um acordo de colaboração premiada com o MPE.
Acusações
O procurador aposentado esteve cedido à Casa Civil durante a gestão do ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB). Ele é apontado nas ações da Sodoma e da Seven como o responsável por dar os direcionamentos legais para alguns dos crimes praticados pela organização criminosa.
Em sua confissão, Silval Barbosa disse que Chico Lima participou das fraudes investigadas na Operação Sodoma e Seven.
Duas desapropriações foram feitas por intermédio de Chico Lima com o objetivo de desviar recursos Na quarta fase da Sodoma, o Ministério Público investiga a desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, por R$ 31,7 milhões, dos quais R$ 15,8 teriam retornado a grupo por uma empresa de fachada. Em sua confissão, o ex-governador afirmou que Chico Lima teria recebido parte do dinheiro desviado nesse caso.
Na primeira fase da Seven, é investigada a desapropriação de uma área na região do Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, por R$ 7 milhões. O terreno pertencia ao cunhado de Chico Lima, o médico Filinto Corrêa da Costa.
Até o momento, o procurador aposentado nega participação nos crimes.
